Sondagem: maioria dos portugueses culpa Governo pelo conflito na saúde

Sondagem sobre a crise dos médicos revela que 61% dos portugueses considera que o “Governo é o maior responsável pelo prolongamento da confrontação”.

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Negociações entre médicos e Serviço Nacional de Saúde decorrem há 16 meses Manuel Roberto
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A maioria dos portugueses culpa o Governo pelo conflito na saúde, conclui uma sondagem para o DN/JN/TSF divulgada esta quinta-feira.

61% dos inquiridos responde que "o maior responsável pelo prolongamento do conflito entre o Governo e os médicos" que se arrasta há 16 meses, "é o executivo." Apenas 20% das pessoas colocam o ónus nos sindicatos e 12% responsabilizam a classe médica pela crise que se vive no sector da saúde, marcada por várias greves e um protesto às horas extraordinárias que está a fechar os serviços de urgência.

Um total de 50% dos inquiridos diz concordar com o protesto dos médicos, 31% discorda, 18% não concorda nem discorda e 1% não sabe.

A sondagem mostra que 57% das pessoas que participaram neste estudo de opinião não recorreram pessoalmente ou com algum familiar às urgências de um hospital público nos últimos três meses e 43% respondem que sim.

Quanto ao grau de satisfação com os cuidados médicos prestados nas urgências, 33% responde que é pequeno, e 31% que é grande. A diferença é também muito curta no que diz respeito ao grau de satisfação com o atendimento nas urgências no seu todo. Um total de 34% considera que é pequena e 32% afirma que é grande.

A sondagem para o DN/JN/TSF revela também que a linha SNS 24 é a primeira opção para 29% dos portugueses, perante um problema de saúde. Todavia, 26% dirige-se de imediato para uma urgência num hospital público, enquanto 22% opta por ir a uma urgência num hospital privado. Os centros de saúde surgem em quarto lugar, sendo a opção de 19% dos inquiridos.

A sondagem foi realizada pela Aximage para o DN/JN/TSF, e foram feitas 805 entrevistas efectivas, 680 entrevistas online e 125 entrevistas telefónicas. Participaram 332 homens e 423 mulheres. Foram entrevistadas 185 pessoas com idades entre os 18 e 34 anos; 212 entre os 35 e os 49; 195 entre os 50 e os 64¸ e 213 para 65 e mais anos. O erro máximo de amostragem deste estudo de opinião, para um intervalo de confiança de 95%, que decorreu em todo o país e nas ilhas é mais, ou menos, 3,5%.

Esta sondagem é divulgada na véspera de uma reunião que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, tem agendado para esta sexta-feira e que é mais uma oportunidade para tentar chegar a um acordo com os médicos, de forma a evitar que um "Novembro dramático", vaticinado pelo director executivo do Serviço Nacional de Saúde, em entrevista esta quarta-feira ao PÚBLICO.

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