Autoridades chinesas resgatam mais de mil gatos vivos que seriam usados para consumo

Depois de mortos, a carne dos animais seria vendida como porco, carneiro ou salsichas. Segundo os activistas que denunciaram o caso, cada gato vendido poderia custar seis euros.

Foto
A carne de gato seria vendida como porco, carneiro e salsichas Emre/Unsplash
Ouça este artigo
00:00
02:36

As autoridades chinesas interceptaram uma carrinha que transportava mais de mil gatos vivos que seriam alegadamente enviados para abate e depois vendidos como porco, carneiro ou salsichas. A denúncia foi feita na semana passada por um grupo de activistas dos direitos dos animais que encontraram várias transportadoras fechadas com os animais no interior perto de um cemitério na cidade de Zhangjiagang, no leste da China.

No dia 12 de Outubro, após seis dias no mesmo local, as jaulas foram carregadas para dentro da carrinha. Os activistas impediram que o veículo arrancasse e chamaram a polícia, escreve a BBC. No relatório, citado pelo jornal estatal chinês The Paper, as autoridades não revelaram se os felinos têm dono, mas adiantaram que os animais foram levados para um abrigo onde estão a ser tratados. Também não revelou informações sobre uma possível detenção dos responsáveis por comércio ilegal.

Esta não é a primeira vez que são noticiados resgates de animais de companhia ou espécies em vias de extinção utilizados para consumo humano no país. As gerações mais novas são contra a ingestão destes animais e a recente descoberta das autoridades levantou preocupações na rede social Weibo sobre os direitos das espécies e a segurança alimentar da população chinesa.

De acordo com o grupo de activistas que denunciaram o caso, depois de o gato estar morto e a carne ter sido processada, o peso pode chegar aos quatro ou cinco quilos e custar quase seis euros. No total, destaca a CNN, os lucros rondariam os 19 mil euros.

Na China, existem leis que garantem a protecção de animais e espécies ameaçadas, no entanto, não existe regulação contra os maus-tratos a animais de companhia, nem tão pouco cães e gatos de rua. Nos últimos temos, o festival de carne de cão, que acontece todos os anos na localidade de Yulin, também tem sido alvo de críticos, que pedem o seu fim. O evento decorre no Verão e, ao longo de dez dias, estima-se que sejam consumidos mais de dez mil cães.

Nos últimos anos, vários países asiáticos têm rejeitado o consumo de carne de cão e gato e, inclusive, aplicam multas a quem não cumprir. Em Taiwan, é proibido comer estas espécies desde 2017 e existem coimas e penas de prisão até dois anos para quem matar ou infligir maus-tratos a animais. Em 2021, o presidente da Coreia do Sul questionou se o país não deveria parar com a “vergonha internacional” de consumir carne canina.

Em Junho deste ano, a polícia foi chamada a uma universidade da província de Jiangsu depois de um estudante ter encontrado a cabeça cozinhada de um rato no prato do almoço. Inicialmente, o estabelecimento de ensino alegou que se tratava de um pescoço de pato, mas pouco tempo depois admitiu que o aluno tinha razão.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários