Mão Morta + Pedro Sousa: o som deste inquietante zeitgeist
Álbum vertiginoso. Negrume, medo, neurose. Rock no fio da navalha, electrónica assombrada, sax em voo livre.
Não é o álbum-manifesto que era Pelo Meu Relógio São Horas de Matar, investida feroz contra o altar sacrificial em que a política neoliberal sacrifica as gentes. Não é a ficção científica como analogia para tempos gélidos de desumanidade e pesadelo climático, como nos ofereceram em No Fim era o Frio, nascido do trabalho conjunto para o espectáculo com o mesmo nome, criado com a coreógrafa e bailarina Inês Jacques. Não é isso, mas tem a electrónica como elemento determinante – e também ela fora importante em No Fim era o Frio – e tem igualmente no seu âmago o mal-estar contemporâneo que se infiltra subliminarmente até enquistar, que se sente à flor da pele, dia após dia. Tem mais.
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