Gaia começou a planear o futuro a 12 anos e quer a ajuda de todos os que lá moram

Município lança a agenda para 2035 e vai começar por distribuir 140 mil inquéritos para perceber que problemas, necessidades e expectativas têm os gaienses sobre o território.

Foto
Câmara vai recolher inquéritos até 2024. Manuel Roberto
Ouça este artigo
00:00
02:33

A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia quer ouvir os moradores no concelho para preparar terreno para os próximos 12 anos. Para tal, vai distribuir 140 mil inquéritos à população (um por cada caixa de correio) para perceber que problemas, necessidades e expectativas têm para o concelho.

O objectivo, explicou o presidente da CMVNG, Eduardo Vítor Rodrigues, num encontro com jornalistas, na manhã desta quarta-feira, é chegar a todos os cidadãos do concelho para, a partir da informação recolhida, montar a Agenda Estratégica Gaia 2035.

Na conversa com a comunicação social que decorreu na Casa da Presidência, o autarca que está há dez anos à frente do município de Gaia e que atravessa o seu último mandato, diz que este é um momento para voltar a ouvir as pessoas sobre “os novos desafios”. Para tal, além dos questionários que vão ser distribuídos porta a porta, haverá também um formulário online que os moradores de Gaia poderão preencher.

O objectivo é chegar a todos os que residem no concelho, mesmo que não votem ali. Depois da fase de recolha dessa informação, a CMVNG vai também promover reuniões abertas em todas as freguesias do concelho para que cada participante possa dar a sua opinião. Neste âmbito, serão também conduzidos grupos temáticos com empresários, professores ou trabalhadores por conta de outrem, exemplifica, para perceber as necessidades particulares de vários sectores.

Além de dotar os decisores políticos de informação, explica o autarca socialista, o objectivo é também criar um sentimento de identidade em Gaia, uma “cidade que nos últimos 30 ou 40 anos cresceu muito à custa do êxodo rural”. É preciso ultrapassar a “visão do território dormitório”, sustenta.

Fechadas que estão as negociações do Plano de Recuperação e Resiliência e do quadro comunitário que se segue, Eduardo Vítor Rodrigues considera que é preciso preparar o que segue. E essa preparação não é meramente infra-estrutural, sublinha. “Não estou à espera que se perceba” se deve haver “um pavilhão em Serzedo ou em Sandim”, caricatura. Se o modelo de desenvolvimento se tem baseado em obras públicas - saneamento, abastecimento de água, pavimentação e iluminação de ruas - há agora novas respostas que é preciso dar em questões sociais, de integração, de habitação ou de mobilidade, exemplifica.

“A mudança está a acontecer e a métrica que tínhamos antes - que era medir o trabalho de alguém pelo número de pavilhões que fez -hoje não faz sentido nenhum, até porque não é a aspiração das pessoas”, diz. Mas serão mesmo os munícipes a apontar as prioridades e as potenciais soluções, num processo de recolha que deverá ficar concluído até Setembro de 2024.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários