A Altice Portugal inaugurou esta quarta-feira um novo centro de interligações internacionais, em Linda-a-Velha, no antigo Centro de Telecomunicações Internacionais da Marconi.

Apresentando o novo centro de interligações como "uma alternativa aberta e neutral", que permite a interligação de redes nacionais e internacionais e que "torna Portugal mais atractivo na conectividade de longo alcance", a presidente da Altice, Ana Figueiredo sustentou que esta é uma "infra-estrutura crítica para a conectividade e resiliência das comunicações" no país e "comprova o grau de compromisso da Altice com Portugal".

Isto num momento em que a empresa se viu apanhada no centro de uma investigação pelos alegados crimes de corrupção e fraude fiscal imputados ao seu co-fundador, Armando Pereira, centrado em Portugal, mas também com ramificações em França e nos Estados Unidos, e num contexto em que têm surgido notícias sobre a venda de activos do grupo liderado por Patrick Drahi.

Instalado num edifício de 3000 metros quadrados, o centro "apresenta todas as características técnicas e tecnológicas de fiabilidade, redundância e segurança" e está próximo das estações de cabos submarinos de Carcavelos, Seixal e Sesimbra, o Centro de Satélites de Alfouvar ou o Data Center do Prior Velho, destacou a líder da Altice.

No presente irá criar dez postos de trabalho especializados, "[número] que acreditamos que irá crescer no futuro próximo", disse Ana Figueiredo.

A infra-estrutura explorada pela Altice Wholesale Solutions permitirá "alojar redes internacionais de telecomunicações, alavancando a facilidade de interconexão entre a instalação e as estações de amarração de cabos submarinos, teleportos, redes terrestres de longo curso e outros centros de dados", explica a empresa.

No encerramento da apresentação do centro, João Galamba considerou que Portugal tem "um activo único" numa "nova fase de conectividade", já que combina a localização geográfica com a competitividade energética. Os dois factores combinados criam um quadro de "segurança geopolítica" que dão ao país um "activo imparável", apontou o ministro.

O sector dos dados "é um sector estratégico para Portugal, é um sector estratégico para o investimento privado e para o investimento público" e é por aqui que passa o futuro do país, assegurou Galamba, destacando o papel da Altice nesta área.

O Governo criou recentemente um regime de licenciamento simplificado para cabos submarinos para atrair gigantes tecnológicas, que prevê que a AICEP promova o país como sendo atractivo para o investimento em ligações submarinas internacionais e grandes centros de dados.

"Muitas vezes falamos sobre a necessidade de aumentar salários e melhorar qualidade de vida" e "o maior desafio que o pais tem é atrair investimento em sectores de alto valor acrescentado" como o "sector dos dados, do seu transporte e processamento e de todas as actividades associadas a este cluster".