Em tempo de guerra ser enguia (ou Schweik revisitado)

A Companhia de Teatro de Almada volta a mostrar-se à altura da sua história no domínio do musical com esta abordagem de Nuno Carinhas a uma peça rara de Bertolt Brecht.

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A encenação tem o dom da simplicidade aparente, com mudanças de cena quase imperceptíveis de tão fluidas Patrícia Martins
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Chegou a Almada mais um Brecht, mas um Brecht quase desconhecido, representado anteriormente em Lisboa só numa ocasião, há quase meio século, pelas mãos de Raul Solnado. A peça Schweik na Segunda Guerra Mundial teve uma longa gestação (1943-1956) e acabou por chegar à cena em 1957, já depois da morte do dramaturgo, continuando a ser ampliada pelo seu colaborador musical, Hanns Eisler, até 1961. Inspira-se em O Bom Soldado Svejk, romance do checo Jaroslav Hašek sobre as aventuras e desventuras de um pobre-diabo cheio de lábia, notável na capacidade de sobreviver, dobrando a espinha de modo tão caricato que deixa expostas a miséria da população e a opressão de que é vítima, sem que o maior poder seja poupado ao ridículo.

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