Igreja Católica teve ligeira perda de fiéis em 2021

Aumento dos crentes não foi proporcional ao crescimento da população mundial. Também diminuiu o número de padres, catequistas e seminaristas. África é o continente onde a Igreja mais cresce.

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Anuário católico é divulgado todos os anos em Outubro Nuno Ferreira Santos
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O número de fiéis católicos no mundo aumentou em mais de 16 milhões de pessoas entre 2020 e 2021, mas registou uma queda percentual de 0,06% no mesmo período, uma vez que a população mundial cresceu em 118 milhões de pessoas.

No último dia de 2021, os cerca de 1300 milhões de católicos correspondiam a 17,67% dos 7,7 mil milhões de pessoas que existiam, então, no planeta. Depois de um crescimento de 1,12% registado em 2019, esta foi a segunda vez consecutiva em que houve uma ligeira perda de expressão do catolicismo no mundo.

O número de fiéis católicos até aumentou em quatro continentes (a excepção é a Europa), mas numa dimensão inferior à do crescimento populacional. África, que apresentou as maiores subidas em número de crentes, padres, religiosos e catequistas, viu a sua população aumentar em 40 milhões de pessoas e em oito milhões dos praticantes da fé católica.

Os dados do Anuário Estatístico da Igreja foram divulgados na sexta-feira, 20 de Outubro, pela agência noticiosa Fides, especializada em missões católicas, dois dias antes de se assinalar o Dia Mundial das Missões, em que a Igreja procura sensibilizar os fiéis para a sua obra missionária. Segundo o documento, esta é uma componente que assume cada vez mais expressão no universo católico: entre 2020 e 2021, aumentou o número de hospitais, dispensários, leprosarias, centros para idosos, orfanatos e creches geridos por paróquias e outras entidades ligadas à Igreja Católica. Eram, no fim daquele ano, mais de 105 mil instituições a nível mundial.

Também cresceu o número de alunos que frequentam jardins de infância, escolas e universidades católicas: eram mais de 68 milhões a 31 de Dezembro de 2021.

Em quase tudo o resto, os dados evidenciam recuos. Em 2021, havia menos 2347 padres do que em 2020, totalizando 407.872 em todo o mundo. O crescimento do número de sacerdotes em África (1518), na Ásia (719) e na Oceânia (11) não chegou para contrabalançar a perda de 3632 padres na Europa e de 963 na América.

O número de bispos também diminuiu em 23 (para 5340) e o mesmo aconteceu com os frades (menos 795) e as freiras (menos 10.588). Neste último caso, as quedas mais expressivas registaram-se na Europa (menos 7804 religiosas) e na América (5185), enquanto em África houve um aumento de 2275.

Também a quantidade de catequistas diminuiu a nível global em 5397 pessoas, sobretudo devido à queda significativa (9469) verificada no continente americano. Em África e na Ásia, pelo contrário, houve um aumento do número destas pessoas que se dedicam a ensinar a religião católica.

Em oposição ao que acontece com bispos, padres, catequistas e seminaristas — que também eram menos do que no Anuário anterior —, aumentou o número de diáconos permanentes, sobretudo na Europa. Os diáconos são homens que ajudam na celebração das missas e podem oficiar certos sacramentos, como baptizados ou casamentos, mas não podem celebrar missas. E, ao contrário do que sucede com os padres, os diáconos podem casar-se e ter filhos.

No final de 2021 havia 49176 diáconos em todo o mundo, mais 541 do que no ano anterior. O continente europeu, com mais 268, foi aquele em que se verificou o maior aumento.

As próximas estatísticas católicas serão divulgadas em Outubro de 2024.

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