Marcelo Rebelo de Sousa vê Ferro Rodrigues como “um homem bom, doce”

Ex-presidente da Assembleia da República reuniu ministros e ex-ministros socialistas na apresentação do seu livro de memórias.

#MVR Matilde Fieschi - Lançamento Livro Ferro Rodrigues  - 23 de Outubro de 2023.
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Lançamento do livro de Ferro Rodrigues, no CCB MATILDE FIESCHI
#MVR Matilde Fieschi - Lançamento Livro Ferro Rodrigues  - 23 de Outubro de 2023.
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Lançamento do livro de Ferro Rodrigues, no CCB MATILDE FIESCHI
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Perante uma plateia repleta de socialistas, desde o primeiro-ministro a ex-ministros e actuais ministros, e depois de se terem ouvido amigos de infância a falar sobre Eduardo Ferro Rodrigues, Marcelo Rebelo de Sousa relatou o seu “estranho caso”. O chefe de Estado e o ex-presidente da Assembleia da República “são amigos íntimos” desde os “70 anos de idade”. Na apresentação do livro Assim Vejo a Minha Vida – Memórias, de Ferro Rodrigues, esta segunda-feira, no Centro Cultural de Belém, Marcelo deixou-lhe elogios: “É um homem bom, muito vertical.”

Num tom humorístico, o Presidente da República descreveu quando (com a data precisa) e como é que nasceu a amizade entre os dois: foi no dia em que foi diagnosticada uma doença grave a Ferro Rodrigues. Nesse dia, em Março de 2018, os dois e o primeiro-ministro estiveram presentes numa iniciativa relacionada com futebol e depois foram jantar. A pedido do antigo líder socialista, o prato foi paella. “Nasceu uma amizade muito profunda, a dor provoca isso”, disse o Presidente, projectando a relação por “muitos anos”: “Vai haver mais paellas.

Enquanto comentador da vida política, Marcelo admitiu que fez “algumas malfeitorias” a Ferro Rodrigues e que, por isso, ficou algo preocupado quando soube que estava na forja um livro de memórias. Afinal, “as memórias são de uma doçura…”, comentou. “[Ferro Rodrigues] Gosta de ter uma fachada de luta de ideais, mas é um doce. É um homem bom, é muito vertical. Isso é muito republicano, é muito honesto e muito íntegro, de uma integridade militante”, disse.

Antes, na sua intervenção, Ferro Rodrigues recordou a amizade com Marcelo que se construiu “numa situação nova no plano político, social e cultural, a partir de 2015, e que “lamentavelmente foi quebrada com o fim da chamada 'geringonça' em 2021”. Esse momento foi decisivo para que anunciasse ao primeiro-ministro e ao chefe de Estado que deixaria a vida política activa: “No dia em que [a 'geringonça'] acabou disse aos dois que não contassem comigo como deputado no Parlamento, porque achava que aquilo era uma grande derrota que senti como minha.”

Numa sala cheia de convidados, em que estavam os ministros Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes, José Luís Carneiro e Pedro Adão e Silva, bem como os antigos ministros Eduardo Cabrita, Siza Vieira, João Gomes Cravinho e José Vieira da Silva (este último na mesa), Ferro Rodrigues falou sobre o que “não é” o seu livro: Não é um “exercício de auto-elogio”, nem um “ajuste de contas”, nem um sinal de regresso à vida política.

“Os exercícios de memória são sempre difíceis porque têm uma parte dolorosa, passamos por situações difíceis, dolorosas, pessoais e também do ponto de vista político”, disse. Antes, Vieira da Silva, já tinha falado nas “feridas que a política abriu” a Ferro Rodrigues e que “não estão abertas, mas não estão saradas”.

Lembrando a “empatia” com Ferro Rodrigues, que “foi crescendo” até nascer a amizade, e que se “penitencia” pelas "malfeitorias" que disse enquanto comentador político, Marcelo recordou o ex-presidente da Assembleia da República como um homem “pessimista” com uns “laivos de optimismo”. “Não sei porquê faz-me lembrar o oposto de outro”, disse, fazendo rir a plateia com a alusão à expressão “optimista irritante” que atribuiu ao primeiro-ministro.

Reconhecendo que esteve de acordo com Ferro Rodrigues “mais vezes” do que pensava, o Presidente disse sentir que o antigo ministro “está muito solto” e que, segundo a sua teoria, pode estar a regressar à juventude, altura em que se envolveu nas lutas académicas: “Está a voltar ao líder estudantil de Económicas.”

Actualmente com 73 anos (Marcelo já completou os 74 anos), Ferro Rodrigues foi eleito presidente da Assembleia da República há precisamente oito anos, no dia 23 de Outubro de 2015, foi reeleito em 2019 e terminou o seu mandato em Março de 2022 quando acabou a anterior legislatura.

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