A companhia Marionet apresenta, entre 25 e 27 de Outubro, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, ​iMaculada”, uma peça sobre a pílula, a forma como é percebida e utilizada e as transformações sociais que provocou.

Esta companhia de Coimbra, que se dedica ao cruzamento entre teatro e ciência, apresenta a peça no ano em que se assinala o centenário do nascimento do cientista e dramaturgo Carl Djerassi (1923-2015), conhecido por ser um dos responsáveis da invenção da pílula e que se cruzou com o percurso da Marionet por duas vezes, explica o director do grupo, Mário Montenegro.

Segundo o também encenador de ​iMaculada, a peça, criada colectivamente, aborda a pílula, mas também outras formas de contracepção, bem como “novas formas de concepção que foram sendo desenvolvidas”, apresentando questões sobre sexualidade e parentalidade.

“Hoje, há ainda várias questões que não são tranquilas e nem toda a gente aceita a questão da contracepção. Há partes da nossa sociedade, nomeadamente a Igreja, que reprova uma série de métodos contraceptivos”, nota Mário Montenegro.

Na peça, aborda-se também a ideia de novas formas de fecundação, que permitem a concepção “sem recorrer a um parceiro ou parceira”, constata. Nesse sentido, o título do espectáculo remete para a ideia da “​concepção imaculada de Jesus Cristo por Maria”.

“Com as novas formas de concepção, lemos essa história e abre novas possibilidades de interpretação. O título remete para isso, mas também para a possibilidade de a sociedade exercer uma pressão muito grande sobre a mulher ser maculada ou imaculada”, salienta o encenador.

O espectáculo, com interpretação de Inês Dias, Pedro Lamas, Sílvia Santos e Sofia Hora Marques, pode ser visto entre 25 e 27 de Outubro, em diferentes horários, no Teatro Académico de Gil Vicente.