Hamas tem 210 pessoas reféns — duas norte-americanas já foram libertadas

Duas reféns foram libertadas pelo Hamas. São as primeiras pessoas libertadas desde o ataque no início do mês.

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Natalie, à esquerda, e a mãe, Judith, à direita Reuters/GOVERNMENT OF ISRAEL
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Duas mulheres norte-americanas foram libertadas pelo braço armado do Hamas na sexta-feira à noite. São as primeiras pessoas libertadas desde que o Hamas atacou Israel no dia 7 de Outubro. Já neste sábado, as autoridades israelitas confirmaram que, neste momento, estão 210 pessoas reféns em Gaza.

As primeiras pessoas libertadas pelo Hamas foram identificadas pela agência Reuters como sendo Judith Tai Raanan, residente na zona de Chicago, e a filha, Natalie Shoshana Raanan. Pouco depois de ter sido confirmada a libertação, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, explicou que as duas mulheres tinham sido raptadas pelo Hamas quando se encontravam no kibutz Nahal Oz, localizado no Sul de Israel, onde viviam cerca de 400 pessoas, e um dos primeiros pontos atacados pelo Hamas.

Mãe e filha foram entregues às forças israelitas na fronteira com a Faixa de Gaza e estavam "a caminho de um ponto de encontro numa base militar no centro do país, onde os seus familiares as aguardavam", afirmou Netanyahu em comunicado. Por seu lado, Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do Hamas, disse que as reféns foram libertadas em resposta aos esforços de mediação do Qatar, "por razões humanitárias e para provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas por Biden e a sua administração fascista são falsas e sem fundamento".

Citado pela Reuters, um porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar contou que a libertação dos reféns decorreu "após muitos dias de comunicação contínua", e que as conversações para a libertação de mais pessoas vão continuar. Do lado norte-americano, Joe Biden afirmou estar "muito contente" com a libertação das duas reféns. "Hoje conseguimos a libertação de duas norte-americanas feitas reféns pelo Hamas durante o terrível ataque terrorista contra Israel em 7 de Outubro", afirmou o Presidente americano em um comunicado. " As nossas compatriotas viveram uma experiência terrível nestes últimos 14 dias e estou muito contente porque, em breve, vão reunir-se com sua família", acrescentou.

Ela está "muito bem, muito feliz"

Uri Raanan, pai da jovem agora libertada, disse à Reuters que pouco depois da libertação falou com a filha. "Ela está muito bem, está muito feliz — e parece realmente muito bem." Segundo o pai da jovem, mãe e filha estavam naquele kibutz, a cerca de um quilómetro e meio da fronteira com Gaza, no âmbito de uma viagem que começou em Setembro para celebrar as festas judaicas e o aniversário da avó.

Em entrevista à AFP, o homem de 71 anos disse que tinha visto nas notícias na sexta-feira que duas mulheres norte-americanas tinham sido libertadas e que passou o dia na expectativa de que fossem a sua filha e a mãe da jovem. "Saber que a Natalie vai poder celebrar o 18.º aniversário na próxima semana em casa, com família e amigos, é extraordinário", acrescentou. Uri Raanan adiantou depois que Natalie e Judith estão em trânsito para Telavive para se reunirem com familiares e que ambas estarão de volta aos EUA no início da próxima semana.

Num comunicado publicado neste sábado, as autoridades israelitas confirmaram que o Hamas tem 210 reféns, de várias nacionalidades, sendo que a maioria estará viva. Pouco depois da libertação das duas mulheres, as forças armadas israelitas voltaram a castigar a zona de Gaza com bombardeamentos. "Vamos continuar a lutar até à vitória", disse Benjamin Netanyahu. "Dois dos nossos raptados estão em casa. Não estamos a desistir do esforço para devolver todas as pessoas raptadas e desaparecidas." Com agências

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