A criação de uma fonte de cerveja no centro histórico de Viena, o fim de impostos sobre bebidas alcoólicas e uma taxa extra de 50% nas cervejas como a Radler (que misturam cerveja com sumo de limão ou outros sabores) são algumas das medidas do Bierpartei, o Partido da Cerveja, fundado em 2015.
O partido austríaco voltou a ser falado em meios de comunicação internacionais depois de uma sondagem recente o apontar como terceira força política nas próximas eleições municipais de Viena, em 2025. No entanto, a sondagem é pouco expressiva (813 cidadãos). Foi feita para o canal alemão Heute, do grupo ZDF, e lançada dois anos antes da ida às urnas.
De acordo com os resultados, se as eleições municipais acontecessem neste momento, o Partido da Cerveja conseguiria 12% dos votos, o que o coloca em terceiro lugar na capital, à frente do Partido Popular (ÖVP) austríaco, os conservadores que ganharam as legislativas antecipadas de 2019.
A criação do partido que quer ser levado a sério remonta a 2015 e deve-se a Dominik Wlazeny, um médico austríaco mais conhecido por Marco Pogo que decidiu trocar a medicina pela música, pela arte e, mais recentemente, pela política. O Partido da Cerveja começou como uma brincadeira — “numa noite lendária” e “inspirado por uma música” com o mesmo nome, lê-se no site oficial —, mas acabou por integrar o Registo de Partidos austríaco e tem vindo a crescer ano após ano.
Apareceu pela primeira vez nas eleições nacionais em 2019. Nesse ano, recolheu apenas 0,1% dos votos. Os austríacos voltaram às urnas em 2020, desta vez para a câmara, e neste acto eleitoral o Partido da Cerveja conseguiu 1,8% dos votos.
Ao contrário do que possa parecer, as medidas do partido não se resumem ao consumo de cerveja. Entre as bandeiras do Bierpartei incluem-se a educação e escolas, informação e transparência, arte e cultura, combate à pobreza e até prevenção do vício, entre outros.
As propostas do partido, que inicialmente eram sobretudo sobre a bebida alcoólica que lhe dá nome, têm-se estendido a outras áreas de intervenção. Entre as propostas de projectos de lei mais recentes estão alterações ao trânsito para que a circulação seja mais segura para os peões, alterações aos sites oficiais das autarquias para que a linguagem seja entendida por todos os cidadãos ou um pedido para que seja feito um levantamento estatístico das vagas de cuidados infantis em todos os distritos.
Note-se que a Áustria tem uma forte cultura cervejeira. O consumo per capita é de 96,8 litros por ano, ocupando o segundo lugar na lista de países que mais bebem cerveja, aponta a ABC News.