Benfica sobreviveu ao temporal açoriano na Taça de Portugal

“Encarnados” seguem para a quarta eliminatória da prova após triunfo por 1-4 sobre o Lusitânia dos Açores, do Campeonato de Portugal.

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Nunca esteve verdadeiramente em perigo, mas isso não quer dizer que tenha sido fácil. O Benfica está na quarta eliminatória da Taça de Portugal, após um triunfo por 1-4, em Angra do Heroísmo, sobre o Lusitânia dos Açores. Debaixo de um temporal que nunca abrandou e num relvado que até resistiu muito bem à chuva, os “encarnados” foram apenas suficientes perante uma equipa açoriana cheia de bons princípios, mas com as limitações naturais de alguém que compete no Campeonato de Portugal a defrontar uma equipa de topo da I Liga.

Mesmo tendo um jogo decisivo para a Liga dos Campeões a meio da próxima semana, Roger Schmidt não arriscou demasiado para enfrentar um adversário da quarta divisão. Muitos habituais titulares no “onze” (João Neves, António Silva, Rafa, Aursnes) ao lado de outros que precisam de rodagem e confiança (Bernat, Tengsted, Arthur Cabral) para o embate com o Lusitânia, que tentou sempre cumprir a ideia do seu treinador Ricardo Pessoa, antigo lateral com muitos anos de Portimonense: jogo apoiado, bola de pé para pé, nada de autocarro em frente à baliza, nada de pontapé para a frente.

Nestes jogos em que a relação de forças é muito desigual, é frequente haver um bloqueio da equipa considerada favorita em encontrar o caminho da baliza adversária. Neste jogo, isso não aconteceu. Logo aos 9’, Aursnes ganhou o flanco, fez o cruzamento rasteiro para a pequena área e João Mário, de calcanhar, fez o 0-1. Isto era o Benfica a ganhar tranquilidade logo nos primeiros minutos e a perspectiva de uma vitória robusta.

O domínio territorial era evidente e as aproximações à baliza de Diogo Sá multiplicavam-se – outra aproximação de Aursnes pelo flanco e Tengsted a cabecear ao lado foi o melhor momento depois do golo.

Mas a equipa da Terceira também não era totalmente inoperante no ataque. Aos 24’, Cabral ganhou posição de remate e atirou na direcção de Samuel Soares, que defendeu com facilidade – e haveria de tentar mais uma vez antes do final da primeira parte, com os mesmos resultados.

Seria o Benfica a voltar a marcar, numa desmarcação perfeita de Rafa Silva aos 36’ após um passe longo de Chiquinho. O marcador voltou a funcionar na outra baliza ainda antes do intervalo, num penálti convertido por Enzo Ferrara, depois de uma falta de Aursnes sobre Cabral.

Após o intervalo, os “encarnados” mantiveram o domínio, mas também a desinspiração. Só aos 68’ é que voltaram aos golos. Gonçalo Guedes viu bem a desmarcação de Arthur Cabral e o brasileiro, apenas com o guarda-redes do Lusitânia pela frente, aproveitou para marcar o seu primeiro golo ao serviço do Benfica – e, mesmo assim, ainda acertou primeiro no poste, ele que já tinha tido duas boas situações de golo.

E, já perto do fim, foi Tiago Gouveia a fechar a vitória robusta do Benfica com aquele que terá sido o melhor golo da tarde, uma bela jogada individual que terminou num chapéu ao guarda-redes. Foi o epílogo de uma batalha desigual (e resultado a condizer) entre uma equipa cuja maior ambição da época é a manutenção na quarta divisão (mas com uma ideia de jogo que pode dar mais do que isso) e outra cuja preocupação imediata é ganhar na Liga dos Campeões.

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