Euribor a três meses também já superou a barreira dos 4%

Os três prazos utilizados no crédito à habitação estão mais próximos, e todos acima dos 4%.

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Custo do crédito à habitação continua a subir LUSA/TIAGO PETINGA
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Consulte aqui o simulador: Veja em quanto pode reduzir a prestação da casa com a fixação da taxa Euribor

As taxas Euribor têm registado ligeiras subidas nas últimas semanas, o suficiente para colocar a Euribor a três meses acima de 4%, patamar em que já se encontravam os outros dois prazos. O prazo mais curto utilizado no crédito à habitação e às empresas subiu esta quinta-feira para 4,002%, mais 0,009 pontos do que na sessão anterior, e novo máximo desde Novembro de 2008. Este prazo está presente em 23% dos empréstimos para compra ou construção de casa, segundo dados do Banco de Portugal. Os restantes prazos, de acordo com os dados divulgados pela agência Lusa, registam quedas ligeiras.

A Euribor a 12 meses, a mais utilizada no universo dos empréstimos à habitação a taxa variável existentes (35,4%), recuou para 4,184%, menos 0,012 pontos do que na quarta-feira. Este prazo fixou o máximo de quase 15 anos a 29 de Setembro, nos 4,228%.

O prazo de seis meses, presente em 35,1% dos contratos, também recuou ligeiramente, para 4,126%, menos 0,017 pontos face a esta quarta-feira, sessão em que renovou o máximo desde Novembro de 2008.

Esta subida das taxas de juro, embora a ritmo mais lento, continua a agravar os encargos com empréstimos à habitação, onde cresce a factura com juros e diminui o montante de capital amortizado.

No caso da Euribor a seis meses, a subida prejudica quem pretende fixar a taxa de juro ao abrigo da medida criada pelo Governo e pelos bancos, uma vez que essa fixação corresponderá a 70% da média mensal deste prazo, verificada no mês anterior à data do pedido de adesão à medida.

Os pedidos de fixação da prestação da casa podem ser feitos a partir de 2 de Novembro, no âmbito do Decreto-Lei n.º 91/2023, de 11 de Outubro​, já em vigor.

A medida, destinada apenas a quem tem crédito à habitação a taxas variáveis, ou seja, associado às taxas Euribor, permite “congelar” a prestação no valor mais baixo durante 24 meses. O montante entretanto reduzido terá de ser pago mais tarde, de uma só vez, ou diluído no restante prazo do empréstimo.

As taxas Euribor estão a subir desde o início de 2022, passando rapidamente de valores negativos, em cerca de 0,5%, para o actual patamar de 4%.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de Fevereiro de 2022, e a forte subida da inflação, em boa parte devido a esse acontecimento, “obrigaram” o Banco Central Europeu a endurecer a política monetária, com forte subida das taxas directoras, com reflexo no mercado monetário, onde se fixam diariamente as taxas Euribor.

Em Portugal, perto de 90% dos empréstimos à habitação estão associados às taxas Euribor, o que deixa as famílias particularmente vulneráveis às suas oscilações.

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