Activistas climáticos do colectivo Climáximo afirmam ter condicionado o trânsito na Rua da Escola Politécnica, em Lisboa, junto à entrada do Museu de História Natural e da Ciência. O protesto, organizado no dia em que Portugal é afectado pela tempestade Aline, tem como objectivo alertar a população para a urgência de uma acção climática robusta por parte dos decisores políticos e empresariais.
“Nós sabemos que as emissões crescentes de CO2, com origem nos Governos e nas empresas, estão a causar eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos. Eles sabem disso há muito tempo, mas não dizem a verdade às pessoas. Temos de fazer alguma coisa, temos de resistir”, explica ao PÚBLICO Noah Zino, responsável pela assessoria de imprensa do Climáximo.
Os activistas sentaram-se no pavimento da Rua da Escola Politécnica, empunhando uma faixa onde se lê “Estão a destruir o que tu amas”, por volta das 8h40, segundo Noah Zino. A PSP interveio pouco tempo depois, com o objectivo de deslocar os activistas e repor a circulação de veículos na via, de acordo com a mesma fonte. Três activistas terão sido levados à esquadra do Rato, informação que ainda não pôde ser confirmada junto da PSP.
“Há milhões de mortes declaradas pela crise climática, e têm culpados. Os governos e empresas emissoras estão neste momento a matar milhares de pessoas, a despejar dezenas de milhões, a queimá-las vivas, a afogá-las. Estas mortes foram conscientes. Isto é guerra. Temos o dever de resistir, e as instituições de dizer a verdade”, afirma a agrónoma Leonor Canadas, porta-voz do Climáximo, citada num comunicado.
O grupo reivindica não só sinceridade “por parte de todas as instituições sobre o estado de crise climática”, mas também a adopção de medidas de mitigação climática baseadas na ciência para “alcançar neutralidade carbónica até 2030 em Portugal”, refere a nota de imprensa.
O Climáximo tem organizado diversas manifestações nas últimas semanas. Já bloquearam a Avenida de Roma, a Segunda Circular e a Rua de São Bento, em Lisboa. Também já acederam a um campo de golfe no Paço do Lumiar, em Lisboa, e inutilizaram os buracos, cimentando-os. Na quarta-feira, uma activista do grupo colou a mão à parede de um avião no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, provocando um atraso de 40 minutos na descolagem de um voo entre a capital e o Porto.