Grau de ameaça de terrorismo não vai aumentar para já em Portugal

“Não existem, neste momento, indícios ou razões que justifiquem a elevação do grau de ameaça”, refere Paulo Vizeu Pinheiro. A PSP reforçou a segurança junto de estruturas israelitas.

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O grupo islamita Hamas lançou em 7 de Outubro um ataque surpresa contra Israel Rui Gaudencio

O grau de ameaça de terrorismo em Portugal não vai aumentar para já, apesar de as polícias terem adoptado medidas de segurança ajustadas ao conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas, indicou esta quarta-feira o Sistema de Segurança Interna.

Numa resposta enviada à agência Lusa, o gabinete do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, explica que o SSI integra um conjunto de entidades que se coordenam nos termos do Plano de Coordenação, Controlo e Comando Operacional das Forças e Serviços de Segurança (PCCCOFSS) para, "em conjunto e de forma concertada, tomar medidas e decisões ao nível da segurança interna".

O SSI acrescenta que nos termos desse plano de coordenação, a avaliação da ameaça no país é da competência do Serviço de Informações de Segurança (SIS), "o qual trabalha em estreita e permanente cooperação ao nível internacional em diversos fóruns e ao nível nacional com as outras forças e serviços que integram o Sistema de Segurança Interna".

"De acordo com essa avaliação, contínua e permanente, não existem, neste momento, indícios ou razões que justifiquem a elevação do grau de ameaça em território nacional, por não se encontrarem preenchidos os pressupostos descritos no PCCCOFSS", precisa a nota do gabinete de Paulo Vizeu Pinheiro.

Apesar do grau de ameaça não aumentar, o gabinete do secretário-geral do SSI garante que as forças e serviços de segurança podem adoptar "as medidas de segurança adequadas desde o primeiro momento", além de acompanharem a evolução da situação e poderem "adoptar a qualquer momento novas medidas de reforço da segurança de pessoas e instalações consideradas de maior risco".

Na semana passada, a Polícia de Segurança Pública avançou à Lusa que reforçou a segurança junto de estruturas israelitas em Portugal, como a embaixada e sinagogas, na sequência do conflito armado entre Israel e o movimento islamita Hamas.

Aquela força de segurança especificou que foi determinado "aos comandos da PSP que têm na sua área de responsabilidade interesses israelitas que o dispositivo policial deveria adoptar medidas preventivas através do reforço da segurança destas áreas".

O Sistema de Segurança Interna refere ainda que tem acompanhado nos últimos dias "o evoluir da situação de segurança, designadamente através da Unidade de Coordenação Antiterrorismo (UCAT), em permanência".

A UCAT é um órgão de coordenação e partilha de informações no âmbito da ameaça e do combate ao terrorismo que reúne os serviços e forças de segurança e é coordenada pelo secretário-geral do SSI.

O grupo islamita Hamas lançou em 7 de Outubro um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infra-estruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e electricidade. Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

Depois destes ataques, um professor foi esfaqueado em França e duas pessoas morreram baleadas e uma outra ficou ferida em Bruxelas, países que elevaram o nível de alerta para o grau máximo.