Seis luso-israelitas terão sido raptados pelo Hamas; outro está ferido e houve duas mortes

Listas de desaparecidos e reféns têm sido actualizadas diariamente à medida que são confirmadas as identidades das vítimas mortais.

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Pelo menos seis israelitas com passaporte português que tinham sido dados como desaparecidos desde dia 7 estarão, afinal, nas mãos do Hamas. A informação foi avançada pela CNN Portugal e pela SIC Notícias, citando esta última fonte da Comunidade Judaica do Porto. Para além dos seis reféns, os ataques do fim-de-semana passado do Hamas a diversas cidades israelitas fizeram ainda duas vítimas mortais e um ferido com nacionalidade portuguesa.

Os reféns do movimento radical palestiniano com passaporte português são Moshe Sadyaan (26 anos), Gilad Bem Yehuda, Idan Shtivi (ambos de 28 anos), Liraz Assulin (38 anos), Orin Bira (53 anos) e Tair Bira (21 anos), estes últimos, pai e filha. Os nomes foram sendo avançados durante a semana pela Comunidade Israelita do Porto à medida que as famílias foram apontando o desaparecimento. Agora, estará confirmado que o mais certo é fazerem parte das listas de reféns.

Idan Shtivi estava no festival de música trance no deserto do Negev, em Israel, junto à fronteira com a Faixa de Gaza, que foi um dos pontos de ataque dos elementos armados do Hamas na sua incursão em território israelita. Ao início da manhã de sábado, dia 7, ainda havia alguns milhares de pessoas no recinto do festival, que começaram a arrumar os seus pertences depois de as sirenes de aviso de mísseis terem começado a tocar e a electricidade ter sido desligada. Mas foram surpreendidas pela chegada de dezenas de homens armados que começaram a disparar indiscriminadamente, segundo os relatos feitos por sobreviventes. No local ficaram pelo menos 250 corpos, mas o Hamas terá feito dezenas de reféns, essencialmente jovens.

Quem também estava no festival, mas sucumbiu no local aos ferimentos foram outras duas jovens israelitas igualmente com passaporte português. Dorin Atias, de 22 anos, e Rotem Neumann, de 25, foram inicialmente dadas como desaparecidas, mas depois foram identificadas entre as vítimas mortais deixadas no local do massacre. Estudante de Ciências do Comportamento, Rotem Neumann tinha ascendência sefardita e vivia em Telavive. De acordo com a Associated Press, ligou aos pais a partir do recinto do festival quando já se ouvia o som de disparos de rockets.​

O luso-israelita gravemente ferido nos ataques do fim-de-semana passado é Menachem Hillel Ben Kalifa, de 22 anos, que está internado no Hospital Hadassah Ein Kerem, em Jerusalém. Segundo a Comunidade Israelita do Porto, o jovem é filho de Rephael Ben Kalifa, que descende da comunidade sefardita tradicional de Marrocos.

Estes cidadãos terão adquirido a dupla nacionalidade através do regime especial que vigora há dez anos para os descendentes dos judeus sefarditas que foram expulsos de Portugal há 500 anos e para os quais foi criada, ao abrigo do direito de reparação histórica, a possibilidade de terem também nacionalidade portuguesa se comprovassem a ligação familiar a Portugal.

Ao PÚBLICO, a embaixada de Israel em Lisboa disse não poder confirmar as identidades de "vítimas mortais, reféns, desaparecidos ou feridos neste conflito" que tenham dupla nacionalidade israelita e portuguesa porque o Governo não terá essa listagem dos israelitas que acumulem com outras nacionalidades.

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