A África do Sul ganhou a batalha de Saint-Denis

Num grande jogo entre sul-africanos e franceses, os campeões do Mundo derrotaram os anfitriões do Mundial de râguebi e estão nas meias-finais, onde vão defrontar a Inglaterra.

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O momento em que Cheslin Kolbe bloqueia a conversão de Thomas Ramos Reuters/GONZALO FUENTES
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Depois de um grande Irlanda-Nova Zelândia na véspera, neste domingo, em Saint-Denis, a segunda “final antecipada” nos quartos-de-final do Mundial 2023 voltou a ter um nível impressionante. No Stade de France a anfitriã França teve pela frente a campeã do Mundo África do Sul e, num jogo disputado a um ritmo alucinante – seis ensaios nos primeiros 30 minutos -, o jogo foi decidido por um detalhe: um invulgar bloqueio numa conversão de um ensaio de Thomas Ramos retirou aos franceses dois pontos que, no final dos 80 minutos, fizeram toda a diferença. Com a vitória, por 29-28, os “springboks” vão reeditar com a Inglaterra, que derrotou Fiji (30-24) a final do Mundial 2019.

No segundo duelo nos quartos-de-final entre favoritos que colocou o Hemisfério do Norte contra o Hemisfério do Sul, as selecções europeias voltaram a sair derrotadas, mas, tal como a Irlanda contra a Nova Zelândia, a França caiu por mérito da África do Sul.

Num jogo que à meia hora tinha já três ensaios para cada lado, o pequeno Cheslin Kolbe acabou por ter um papel decisivo. Aos 23’, depois de Peato Mauvaka marcar o segundo ensaio da França, o ponta dos “springboks” fez um raro bloqueio na conversão de Ramos e, três minutos depois, Kolbe fez o terceiro ensaio sul-africano.

Com 22-19 para os franceses ao intervalo, a segunda parte teve menos vertigem e mais ponderação, mas um ensaio do imponente Eben Etzebeth, aos 67', logo seguido de uma penalidade a mais de 50 metros dos postes de Handre Pollard, colocou a África do Sul com quatro pontos de vantagem (29-25), que a experiência dos campeões do Mundo – a equipa com a média de idades mais elevada na prova – soube gerir nos minutos finais.

Com a vitória por um ponto na batalha de Saint Denis, a África do Sul acaba com o sonho francês de conquistar pela primeira vez um Campeonato do Mundo, tal como na véspera a Nova Zelândia tinha feito com a Irlanda.

Na outra partida, uma semana depois de perder contra Portugal em Toulouse, Fiji apresentou-se contra a Inglaterra com cinco mudanças no “XV” em relação ao duelo com os “lobos” e, no final, pode lamentar os erros que cometeu, que podem ter custado à selecção do Pacífico uma inédita presença nas melhores quatro equipas da prova.

Porém, no final, não houve qualquer surpresa: a equipa favorita ganhou e os ingleses voltaram a serem ingleses. Com um râguebi cínico e nada atractivo, mas profundamente eficaz e fiel ao seu jogo de conquista de terreno ao pé, os ingleses entraram melhor, e num ápice, marcaram dois ensaios - Manu Tuilagi (14'), Joe Marchant (23') -, colocando-se a vencer, por 12-0.

A partir daí, o jogo mudou e apenas Fiji, e por três vezes - Viliame Mata (28'), Peni Ravai (64'), Vilimoni Botitu (68') -, conseguiu ensaios, mas a habitual fiabilidade de Owen Farrell no jogo ao pé (o abertura marcou 20 pontos), fez a diferença no final: 30-24.

Cumpridos os quatro jogos dos quartos-de-final do Mundial 2023, a partir da próxima sexta-feira o Stade de France começa a receber a luta pelos dois lugares na final de 28 de Outubro. Assim, na primeira meia-final, vão estar frente a frente a Nova Zelândia e a Argentina, sendo que o favoritismo recai por inteiro para o lado dos “all blacks” no confronto com os “pumas”.

No sábado, também em Saint-Denis às 20h, os vice-campeões do Mundo vão ter muitas dificuldades para conseguirem repetir a presença que alcançaram em 2019 no Japão. Ainda sem mostrarem um râguebi convincente, a Inglaterra terá de exibir argumentos (que ainda não mostrou) para impedir que os “springboks” voltem a marcar presença numa final.

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