Seis activistas do grupo Climáximo bloquearam, durante a tarde deste sábado, a avenida 24 de Julho, junto a Santos, em Lisboa. Em comunicado, os promotores do protesto detalham que as activistas utilizaram tubos para se prenderem "umas às outras e ao chão", exibindo uma faixa a dizer "desarmar as armas" – slogan usados já em outras acções do grupo. O protesto terá durado cerca de 30 minutos e resultou na detenção de cinco activistas, informa o colectivo.
"É urgente colocar as pessoas em primeiro lugar e não o lucro. As decisões políticas são, para além de incompetência, uma escolha activa de continuar a bloquear as alternativas que não pode ser desculpada", afirma Ideal, porta-voz do grupo, citada em comunicado.
O Climáximo apela também ao desinvestimento de dinheiro público na indústria fóssil, bem como um ponto final aos subsídios neste sector. Também a expansão de auto-estradas, novos aeroportos ou gasodutos deve ser eliminada, defende o colectivo.
Esta é a terceira acção pública do grupo em menos de 72 horas: na noite desta quarta-feira, membros do Climáximo acederam a um campo de golfe no Paço do Lumiar, em Lisboa, e inutilizaram os buracos, cimentando-os. Na sexta-feira, cobriram com tinta vermelha a obra Femme dans un fauteuil (métamorphose), de Pablo Picasso, em exposição no museu instalado no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
"Estes espaços, dentro da cidade, ao invés de serem convertidos em floresta, habitação, hortas urbanas, ou dados qualquer tipo de uso público, servem para o luxo dos ricos, à custa de uma quantidade absurda de água", afirmaria um activista do grupo envolvido na acção de protesto no campo de golfe.
Nas últimas semanas, as acções de protesto do grupo têm-se multiplicado e captado atenção mediática. O Climáximo, formado há oito anos, tem promovido acções disruptivas desde, pelo menos, 2019. Os membros têm como objectivo captar a atenção para a emergência climática e conseguir que o Governo adopte políticas amigas do ambiente.