Nascimentos aumentaram 3,1% nos primeiros oito meses de 2023
O saldo natural do país, que contribui para o seu envelhecimento, manteve a tendência de desagravamento nos primeiros oito meses de 2023, mas Portugal continua a apresentar excesso de mortalidade.
O saldo natural do país (a diferença entre nados-vivos e óbitos), que se tem mantido negativo há pelo menos uma década, piorou no mês de Agosto, em comparação com o mês anterior ou os dados de um ano antes. Segundo as estatísticas vitais, que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga mensalmente, em Agosto houve mais 2311 mortes do que nascimentos, quando no mesmo mês de 2022 essa diferença tinha sido de apenas 1541, e em Julho deste ano não tinha ultrapassado os 1341.
Ainda assim, os primeiros oito meses deste ano continuam a ser considerados como de desagravamento do saldo natural, já que houve uma diferença menor entre o número do mortes e nascimentos do que no mesmo período de 2022: este ano o valor negativo saldou-se em -22.786, quando no ano anterior fora de -29.588.
Agosto não contribuiu para esse desagravamento, quando se olha para os dados preliminares relativos aos nados-vivos. Segundo os dados do INE, revelados esta sexta-feira, naquele mês nasceram 7220 bebés, o que é um valor menor do que o de Julho deste ano (menos 149 nados-vivos, um decréscimo de 2%) e o de Agosto de 2022. A comparação com os valores de há um ano revela uma queda mais acentuada de 6,4%, com o nascimento de menos 493 bebés.
Ainda assim, graças aos valores atingidos em outros meses deste ano, quando se olha para os dados globais de 2023, até ao final de Agosto, o número total de nados-vivos supera o de 2022, numa variação positiva de 3,1%. Nos primeiros oito meses deste ano nasceram 55.969 bebés, quando no mesmo período de 2022 o número tinha sido de apenas 54.303.
Mortes por covid-19 aumentaram
Os valores referentes aos óbitos são já relativos ao mês de Setembro e mostram que a mortalidade global diminuiu em relação há um ano, embora tenham subido as mortes directamente associadas à covid-19.
O INE registou 8651 óbitos em Setembro, o que representa menos 96 do que o mês homólogo de 2022. Comparando com Agosto de 2023, a quebra é maior – em Setembro morreram menos 917 pessoas do que no mês anterior. Dados que contribuem para que o total de óbitos dos primeiros nove meses do ano (87.606) se mantenha abaixo dos registados no mesmo período de 2022 (92.828).
Contudo, as mortes atribuídas à covid-19 subiram, em Setembro. Houve 242 óbitos atribuídos à doença, o que significa que são mais 16 do que em Agosto e mais 62 (34,4%) do que em Setembro de 2022. Números, ainda assim, muito incipientes, quando comparados com os anos graves da pandemia.
Analisando os dados do Eurostat, que avalia o “excesso de mortalidade”, comparando o número de óbitos em cada mês, por país, com o valor médio do período 2016-2019, o INE conclui que Portugal está entre os 15 países da União Europeia que, em Julho, continuam a apresentar um excesso de mortalidade. Em Junho tinham sido 18 os Estados-membros a incluir esta lista.
Esta realidade tem-se mantido praticamente constante na UE durante este ano, com excepção do mês de Abril. No caso de Portugal, o excesso de mortalidade de Julho (105,3 mortes em média) foi, ainda assim, menor do que o registado no mês anterior (106,7), tendo-se conseguido números ainda mais baixos em Janeiro (96,9), Março (104,8) e Abril (102,1).
Quanto aos casamentos, a aumento acentuado no período pós-pandemia, depois de a covid-19 ter levado ao adiamento de muitos desses planos, continua a fazer-se notar ao longo dos primeiros oito meses deste ano. Neste período, celebraram-se 24.262 casamentos, mais 373 do que no mesmo período do ano passado.
Mas Agosto, tradicionalmente apontado como um dos meses preferidos para casar em Portugal, não cativou tantos noivos este ano como fizera em 2022. Houve 4742 casamentos, o que representa menos 217 do que no mesmo mês de 2022, mas mais 133 do que os que se tinham realizado em Julho.