Polícia Judiciária faz buscas na Câmara de Caminha
Em causa está negócio do pavilhão multiusos que nunca foi construído. Autarquia pagou antecipadamente 300 mil euros de rendas.
A Polícia Judiciária está esta quinta-feira a fazer buscas na Câmara de Caminha, noticiou a CNN Portugal e confirmou o PÚBLICO. Em causa está o pagamento antecipado, pela autarquia, de 300 mil euros para o arrendamento de um futuro pavilhão multiusos, orçado em oito milhões de euros, e que nunca chegou a ser construído.
Feito pelo então presidente da câmara Miguel Alves, do PS, entre 2020 e 2021, o negócio levou à sua demissão, quando já se tinha tornado secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.
Depois de o assunto se ter tornado motivo de escândalo, a Câmara de Caminha aprovou, por unanimidade, em Novembro passado, e resolução do contrato, alegando incumprimento do promotor.
Miguel Alves está prestes a ser julgado num outro caso, anterior a este, relacionado com a contratação de serviços de assessoria e promoção do município a firmas ligadas à empresária Manuela Couto entre 2015 e 2016.
Diz o Ministério Público que os serviços foram efectivamente prestados, mas “sem qualquer procedimento de contratação ou suporte legal e documental”. Trata-se da ex-mulher de Joaquim Couto, ex-presidente da Câmara de Santo Tirso, também detido em 2019 por corrupção.