Calor em Outubro: reserva de água desceu em mais de metade das albufeiras

Nas 82 barragens públicas monitorizadas, a reserva de água entre 25 de Setembro e 9 de Outubro desceu em 45 albufeiras, subiu em 11 e manteve o nível em 26. O mapa do país pinta o Sul a vermelho.

Foto
Seca no Alentejo no territorio abrangido pela bacia do Sado, os campos secaram e muitos agricultores venderam o gado que não conseguiam alimentar Matilde Fieschi
Ouça este artigo
00:00
02:51

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Os últimos dados do Boletim Semanal das Albufeiras publicado pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) sobre os resultados da monitorização realizada às barragens públicas nacionais e publicados a 9 de Outubro, continuam a registar uma substancial diferença entre as reservas de água que se localizam a Norte do Tejo, identificadas na cor azul (ver mapa), e as albufeiras a Sul do mesmo rio, onde continuam a prevalecer as manchas de cores quentes (amarelo e vermelho) reveladoras de baixos índices de armazenamento.

A norte do Tejo, os últimos dados destacam a azul. Com efeito, quatro albufeiras tinham um volume de armazenamento abaixo dos 50%, 11 apresentavam uma reserva entre os 50 e os 80% e acima deste valor o SNIRH contabilizou 16 albufeiras.

A Bacia Hidrográfica do Douro é aquela que, a nível nacional, tinha os maiores níveis de armazenamento, 12 das 16 barragens do seu sistema hidrográfico apresentam reservas de água acima dos 80%.

PÚBLICO -
Aumentar

A sul do Tejo foram monitorizadas 47 barragens. Do total das 47 albufeiras na região sul do país (bacias do Tejo, Sado, Guadiana, Mira, Arade, Barlavento e Sotavento algarvios), 28 apresentavam um volume de água abaixo dos 50% e destas seis encontravam-se abaixo dos 20%. Só seis albufeiras é que detêm um volume de água acima dos 80% e 18% entre os 50 e os 80%.

A bacia do Sado é a que apresenta a situação mais dramática a nível nacional, no boletim semanal do SNIRH as cores amarela e vermelha contrastam com o azul que realça as reservas de água da bacia do Douro. Na bacia do Guadiana, o volume de água em Alqueva supera em 200 milhões de metros cúbicos (m3) em relação à reserva que apresentava em igual período de 2022.

E na bacia do Mira, a barragem de Santa Clara é outro dos pontos negros na escassez de recursos hídricos. A cota de armazenamento situava-se ontem (quinta-feira) nos 105,35 metros acima do nível do mar.

As diversas formas de consumo (rega, consumo humano, indústria) acrescidas das perdas por evapotranspiração e na rede de rega, já levaram a uma redução de cerca de 100 milhões de m3 no nível do seu caudal morto, ultrapassando já a cota autorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o fornecimento de água ao regadio.

Nas seis albufeiras algarvias, duas tinham uma reserva de água de 7% e 15% e nas restantes quatro o armazenamento encontrava-se entre os 28% e os 41%.

Nas 82 barragens públicas monitorizadas pelo SNIRH, a reserva de água entre 25 de Setembro e 9 de Outubro desceu em 45 albufeiras, subiu em 11 e manteve o mesmo nível de armazenamento em 26. O volume de água armazenado a nível nacional a 9 de Outubro era de 8976 milhões de m3, cerca de 68% da capacidade total que é de 13.287 milhões de m3.

Sugerir correcção
Comentar