Fachada do Parlamento com cores de Israel apesar da oposição de PCP e BE

Acto simbólico foi proposto pelo Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Israel. Fachada do Parlamento ficará iluminada com as cores da bandeira israelita entre as 19h30 e as 24h desta quarta-feira.

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Assembleia da República com a fachada frontal iluminada com as cores da bandeira israelita CARLOS M. ALMEIDA / LUSA
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A fachada frontal da Assembleia da República (AR) vai iluminar-se com as cores azul e branca da bandeira de Israel nesta quarta-feira entre as 19h30 e as 24h. O acto simbólico de solidariedade foi proposto pelo Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Israel mas só teve voto favorável dos quatro maiores partidos – PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal. PCP e Bloco opuseram-se e o Livre ficou à margem da votação.

De acordo com uma nota do gabinete de Augusto Santos Silva, a iniciativa é uma "manifestação de solidariedade do Parlamento português com o povo israelita, vítima do ataque terrorista do Hamas e da Jihad Islâmica".

Tendo em conta as diferentes sensibilidades dos partidos com assento parlamentar sobre o conflito israelo-palestiniano, o gabinete do presidente da Assembleia da República salienta que os grupos parlamentares fizeram questão de realçar que "este acto de solidariedade não deve ser interpretado como qualquer anuência a actos que violem o direito internacional, em particular as resoluções das Nações Unidas".

A consulta aos grupos parlamentares e aos deputados únicos (que não integram o grupo parlamentar de amizade) foi feita por email, durante o fim-de-semana. O Livre acabou não responder e entretanto a decisão foi tomada com o voto favorável pelos quatro maiores partidos apesar da oposição de PCP e BE. Ao PÚBLICO o partido garante que nunca se oporia à iniciativa de solidariedade.

Apesar de todos os partidos terem condenado a escalada do conflito no fim-de-semana naquela região, nem todos reconheceram a violência do ataque do Hamas, nomeadamente Bloco e PCP.

No domingo, quando Benjamin Netanyahu já tinha retaliado pelos ataques da véspera, os comunistas apontaram culpas às "décadas de ocupação e desrespeito sistemático de Israel pelo direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente" e da "permanente violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais sobre a questão da Palestina", sem nunca falarem na violência de sábado.

Já a coordenadora do Bloco de Esquerda reagiu na segunda-feira, sublinhando que o partido "condena sempre os ataques a civis". "Nós condenamos os ataques a civis e condenámos sempre que não nos perguntaram se condenávamos ou não o ataque de Israel a civis palestinianos, crianças assassinadas pelo Estado de Israel, um regime de apartheid, de limpeza étnica, de violência de Estado", afirmou Mariana Mortágua.

O título original da notícia, que falava dos partidos que aprovaram a iniciativa, foi alterado, assim como a versão que dizia que o Livre votou contra.

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