Artigo de cientista portuguesa destacado em editorial de revista no Reino Unido

Estudo que inclui a investigadora Graça Rasteiro, da Universidade de Coimbra, olha para o passado e futuro da área da tecnologia de partículas.

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A equipa dedicada à tecnologia de partícula das Universidade de Coimbra, com Graça Rasteiro ao centro Universidade de Coimbra
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Um artigo que projecta o futuro da tecnologia de partículas no próximo século, e conta com a participação de uma cientista da Universidade de Coimbra, foi seleccionado para o editorial de 2023 da revista inglesa Chemical Engineering Research and Design, editada pela Instituição de Engenharia Química, uma organização mundial nesta área científica.

O trabalho científico tem co-autoria de Graça Rasteiro, professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Este estudo foi escolhido entre os 408 artigos publicados na revista inglesa, nesta área, em 2022, sendo o único com um investigador português entre os autores.

Trata-se de “um conjunto de ideias sobre os desenvolvimentos futuros da tecnologia de partículas e as suas aplicações em diferentes sectores, que resultaram dos brainstormings locais nos grupos dos vários autores de diferentes universidades europeias”, refere Graça Rasteiro, coordenadora do laboratório de tecnologias de partículas da Universidade de Coimbra.

“Além de fazermos a retrospectiva desde os anos 1970, década em que esta área se começou a estruturar, focámo-nos no futuro e em qual pode ser a contribuição da tecnologia de partículas para o desenvolvimento da área nos próximos 100 anos”, acrescenta.

De acordo com a investigadora, no ano passado o convite para publicar um artigo neste domínio já tinha surgido, por ocasião da celebração dos 100 anos da Instituição de Engenharia Química do Reino Unido.

Partículas multidisciplinares

A tecnologia de partículas é uma área interdisciplinar das engenharias na qual se lida com processos que envolvem partículas, seja no âmbito dos aerossóis, farmacêutica, medicina, solos, detergentes, ambiente, alimentação, entre outros. O primeiro laboratório da área em Portugal surgiu na Universidade de Coimbra.

Essencialmente, “o artigo destaca de que forma é que áreas como a da energia, do controlo do aquecimento global, da medicina, entre outras, podem beneficiar de desenvolvimentos no domínio da tecnologia de partículas. É também referido como a inteligência artificial e o machine learning podem levar ao desenvolvimento nesta área, permitindo, com base nos dados recolhidos, melhorar técnicas de caracterização de partículas, por exemplo no caso dos aerossóis”, explica a docente.

O artigo destaca também como é que o recurso à inteligência artificial pode ser incorporado para melhorar os próprios processos, o seu controlo e o desenho de novos produtos baseados em partículas.

No texto, é ainda feita uma ligação às áreas farmacêutica e biomédica, na medida em que se acredita que daqui a uns anos será possível “desenvolver partículas inteligentes que no nosso corpo saibam para onde se dirigir e, face à informação que recolhem do organismo, actuem e libertem o princípio activo mais adequado e no sítio onde é necessário”.