Ministro da Saúde reabre negociações e reúne-se quinta-feira com sindicatos médicos

Ministro Manuel Pizarro cede e vai reatar negociações com as duas estruturas sindicais que representam os médicos. Reunião está marcada para quinta-feira ao início da tarde.

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O ministro da Saúde vai retomar as negociações com os sindicatos que representam os médicos LUSA/FERNANDO VELUDO
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O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, cedeu e marcou uma reunião com as duas estruturas sindicais que representam os médicos para a próxima quinta-feira ao início da tarde. Por esse motivo, o encontro do fórum médico (que reúne todas as organizações do sector) - e que tinha sido agendado pelo bastonário Carlos Cortes para o mesmo dia - foi adiado para a próxima segunda-feira à tarde, na Ordem dos Médicos, no Porto.

A convocatória da reunião com os dirigentes das duas estruturas sindicais foi anunciada depois de a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) ter revelado esta segunda-feira que ainda não tinha sido contactada pelo Governo, nem formal nem informalmente, para retomar as negociações interrompidas em 12 de Setembro, ao contrário do que tinha adiantado o Presidente da República no fim-de-semana.

Já o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, revelara na semana passada que já tinha sido contactado informalmente pelo gabinete do ministro da Saúde para um novo encontro.

Esta segunda-feira de manhã, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), Joana Bordalo e Sá, disse que a estrutura sindical não tinha recebido qualquer pedido de reunião por parte da tutela, apesar de o Presidente da República ter anunciado no fim-de-semana que o ministro da Saúde se iria encontrar nesta semana com as duas estruturas sindicais que representam os médicos.

"Até às 11h30 de hoje não recebemos qualquer pedido de reunião. Não recebemos absolutamente nada. E entendemos que a situação é absolutamente emergente", sublinhou Joana Bordalo e Sá, responsabilizando "o ministro da Saúde, o Governo e António Costa" pela "situação dramática" em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde (SNS), na sequência da indisponibilidade manifestada por um número crescente de médicos para trabalharem mais horas extraordinárias além das 150 anuais a que estão obrigados por lei. "Os médicos estão apenas a cumprir a lei. Também é preciso que os médicos cuidem de si para poderem cuidar da população", enfatizou.

A presidente da Fnam recordou que este movimento de entrega de minutas, que está "a alastrar em efeito dominó", ganhou uma dimensão inusitada depois de o Governo ter terminado "abruptamente" as negociações com os sindicatos em 12 de Setembro e ter decidido legislar unilateralmente o regime da dedicação plena em que está previsto "mais trabalho [250 horas extras por ano, mais 100 do que actualmente]" e de ter proposto, para todos os médicos, um "aumento médio de 60 cêntimos por hora", ou seja, "107 euros, pouco mais de 3%" do que actualmente.

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