Depois da aproximação, sondagens colocam PSD outra vez mais distante do PS

Dois dias, duas sondagens, a mesma conclusão: os sociais-democratas estão em queda nas intenções de voto. Se nos últimos meses o PSD surgia taco a taco com o PS, agora a diferença voltou a aumentar.

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Luís Montenegro assumiu a liderança do PSD em Julho de 2022 LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Luís Montenegro tem sido criticado ao longo dos cerca de 15 meses que leva à frente do PSD pela incapacidade de fazer o partido descolar do PS nas intenções de voto. Essas críticas podem agora subir de tom numa altura em que os sociais-democratas deixam de estar taco a taco com os socialistas, o que acontece mais pela perda do PSD do que pelo reforço do PS.

Na sondagem do ICS/Iscte para a SIC e o Expresso, divulgada esta segunda-feira, o PS mantém os 31% registados em Junho, mas alarga a vantagem para o PSD de um ponto percentual para seis pontos. Isto porque os sociais-democratas, que então surgiam em empate técnico com os socialistas, recuam cinco pontos para 25%.

Este estudo de opinião apresenta uma tendência de queda ligeira das forças à direita e uma recuperação à esquerda. O Chega permanece nos 13% ao passo que CDU e Bloco de Esquerda sobem um ponto cada para se fixarem nos 6%. A Iniciativa Liberal recua um ponto para 3%, enquanto PAN (igual a Junho), Livre (+1 ponto) e CDS (+1 ponto) estão empatados com 2%.

Outro dado significativo desta sondagem – cujo trabalho de campo foi realizado entre 16 e 25 de Setembro (804 entrevistas válidas e uma margem de erro de mais, ou menos, 3,5%), integrando muito parcialmente potenciais efeitos decorrentes das eleições regionais da Madeira de 24 do mesmo mês e a seguir à qual Montenegro clarificou que não está disponível para entendimentos com o Chega – consiste na troca de posições entre os blocos de esquerda e de direita.

Se em Junho o conjunto das forças de direita somava mais intenções de voto do que o campo da esquerda, agora PS, CDU, Bloco e Livre totalizam 45%. Já PSD, Chega, IL e CDS somam 43%.

Também a sondagem da Aximage para a TVI e a CNN Portugal, revelada no passado domingo, mostra um aumento da distância entre o PS e o PSD. O partido liderado pelo também primeiro-ministro António Costa regista 27,6%, três pontos e meio acima do PSD (24,1%).

Neste estudo, tal como no do ICS/Iscte, o Chega continua estabilizado no terceiro lugar com 12,8%. O Bloco obtém 6,7%, seguido da IL (5%), da CDU (4%), do PAN (3,4%), do Livre (2,6%) e do CDS (2,4%).

Apesar de a diferença entre PS e PSD estar dentro da margem de erro (que é de mais, ou menos, 4%), este estudo, levado a cabo entre 2 e 5 de Outubro (e em que foram feitas 601 entrevistas), mostra sobretudo uma deterioração das intenções de voto no PSD comparativamente com a sondagem realizada pela Aximage em Julho, então para o DN, JN e TSF.

Há três meses, o PS obteve 28,8% e o PSD 27%, pelo que enquanto os socialistas recuaram cerca de um ponto percentual, os sociais-democratas perderam praticamente três pontos.

Assim, depois de nos últimos meses as sondagens colocarem sistematicamente PS e PSD muito próximos, com os sociais-democratas já liderados por Luís Montenegro a surgirem mesmo à frente dos socialistas em alguns estudos, as duas mais recentes sondagens parecem indiciar uma tendência distinta.

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