«Pró-Putin, negacionistas das vacinas e do clima e, já agora, homofóbicos racistas», publicado a 2/10/23
Direito de resposta de Manuel Pinto Coelho a crónica de Gustavo Carona, publicada a 2 de Outubro de 2023 na edição online do PÚBLICO.
Em 2/10/2023, publicaram uma crónica assinada pelo médico Gustavo Carona. G.C. montou uma salada sobre democracia, humanidade, Rússia, Ucrânia, Putin, Ordem dos Médicos, vacinas, homofobia, vitamina D, racismo, Youtube, aquecimento global, plástico nos oceanos, gripe, pandemia, refugiados, partidos políticos. Nesta salgalhada, G.C. consegue falar sobre mim.
Reconheço a G.C. o direito à crítica. Não concordo com a visão dele quando preconiza que os processos disciplinares da Ordem dos Médicos também servem para decidir questões científicas, punir delitos de opinião e expulsar da profissão aqueles com quem não se concorda. Também entendo que G.C. está errado quando olha para as vacinas e para o fortalecimento do sistema imunitário, nomeadamente com vitamina D, como se fossem mundos de mútua exclusão e não como realidades complementares. Discordo de G.C. quando reduz o sistema imunitário ao conteúdo de uma seringa e lamento que tenha os vícios dos dogmáticos, que cavam uma trincheira e polarizam todos os assuntos. Temos opiniões diferentes, o que está certo, embora G.C. apresente défices de explicação educada das discordâncias.
Não nos conhecemos, mas também aceito que G.C. não goste de mim. Sendo G.C. também médico, tenho pena que o seu apego à deontologia seja curto e não chegue aos artigos 128.º e 129.º do Código Deontológico, que o impedem de fazer declarações desprimorosas ou falsas sobre um colega e que o obrigavam a um contacto prévio comigo.
Mas não posso aceitar que G.C. escreva, a Fundação António da Mota patrocine e o PÚBLICO publique um texto que diz que espalho informação médica falsa e que milhões de pessoas morrem porque seguem os meus conselhos. Isso é falso, todos sabem muito bem que é falso e também sabem que essas mentiras ultrapassam bem largo o direito à crítica e a convivência democrática e que visam atingir a minha honra, bom nome e imagem.
Manuel Pinto Coelho