STCP Serviços defende Ramal da Alfândega sem bicicletas e sem estação nas Fontainhas

Estudo da STCP Serviços aponta para ligação entre Campanhã e centro histórico exclusivamente dedicada ao transporte público e sem paragem nas Fontainhas. Dúvida entre ferrovia e rodovia mantém-se.

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Ramal da Alfândega era utilizado para o transporte de mercadorias e foi desactivado em 1989 Adriano Miranda / PUBLICO
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Depois da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, também a STCP Serviços apresentou um estudo sobre o modelo de operação e viabilidade económica do Ramal da Alfândega, que liga Campanhã à Alfândega num percurso de 3,7 quilómetros com muitos túneis. A ecopista, hipótese que a Câmara do Porto pôs em cima da mesa para reactivar o canal, é posta de parte neste estudo: “Não é possível a coexistência de ciclovia e transporte público”, apontou a gerente da STCP Serviços, Teresa Stanislau, numa apresentação na reunião de câmara desta segunda-feira.

O estudo, que demorou dez meses a ser realizado, concluiu que “existe procura potencial para uma ligação de transporte público criando uma ligação competitiva entre Campanhã e o centro histórico à cota baixa”. Mas a estação das Fontainhas é “um investimento muito elevado face à procura expectável” e, por isso, recomenda-se uma linha operada em sistema vaivém com apenas duas estações e veículos sem condutor.

A procura potencial do ramal, desactivado desde 1989, fixa-se nos 2800 passageiros por dia, mais de metade deles (60%) portugueses, mas a ligação às Fontainhas seria “residual”, aponta o estudo, juntando a esse ponto negativo o impacto na paisagem, os elevados custos de construção e operação e o risco acrescido. “Seria a estação mais cara”, afirmou Teresa Stanislau, apresentando uma estimativa de 2,5 milhões.

As dimensões dos túneis (que representam 1,3 dos 3,7 quilómetros do percurso) e a existência de uma conduta de abastecimento de água “limitam as soluções”. O estudo não é conclusivo quanto à escolha da ferrovia ou rodovia para o ramal, apresentando pós e contras em ambos os casos.

“Uma solução de transporte rodoviária permite maior flexibilidade de implementação, mas representa uma menor percepção de segurança”. Já “uma solução ferroviária é mais atractiva para a indústria numa lógica de inovação e soluções inteligentes, pelo que limitar o modo de transporte pode excluir à partida soluções viáveis e interessantes”.

O financiamento afigura-se outro problema. “À data não se identificam linhas de financiamento às quais o município possa recorrer para financiamento deste projecto”, aponta o estudo, que apresenta uma concessão a 15 anos, com arranque do serviço de transporte em 2028, como alternativa.

A obra de estabilização da escarpa adjacente ao Ramal da Alfândega, investimento de 1,25 milhões de euros, foi concluída em Agosto.

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