Tempo de espera no Hospital de Santa Maria ultrapassou as 16 horas neste sábado

Recusa dos médicos em fazer mais horas extra fez encerrar urgência pediátrica das Caldas da Rainha, e Leiria também não acolhe crianças amanhã.

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Hospital de Santa Maria accionou plano de contingência

Pelas 14h30, cifrava-se em 16 horas e 37 minutos o tempo de espera para o atendimento de doentes menos urgentes no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, de acordo com o portal do Ministério da Saúde. Pelas 15h55, e para os doentes com pulseiras verdes, o cenário tinha melhorado. A espera era de oito horas, enquanto os doentes a quem tinha sido atribuída pulseira amarela, mais urgentes, tinham pela frente uma espera de três horas

Recorde-se que a grande afluência na procura, conjugada com o protesto dos médicos que se recusam a realizar mais horas extraordinárias além das 150 anuais definidas por lei, levou esta unidade hospitalar a accionar esta sexta-feira o seu plano de contingência, deixando de atender na urgência doentes que não sejam encaminhados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes. Aos doentes não urgentes foi pedido que recorram aos centros de saúde, em vez de se encaminharem para Santa Maria.

Direcção do SNS reunida com hospitais

Mas o efeito do protesto dos médicos continua a fazer-se sentir um pouco por todo o país. Ao contrário do que estava previsto nos mapas elaborados pela Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, que está a reunir-se este sábado com as administrações hospitalares, a urgência pediátrica do Hospital das Caldas da Rainha teve de encerrar até à próxima segunda-feira, “por motivo de falta de recursos humanos médicos para um atendimento em segurança”.

Aos utentes foi aconselhado que se dirigissem ao Hospital de Santarém ou ao Hospital de Leiria. Porém, esta última unidade de saúde parece não ser uma opção senão este sábado, uma vez que Leiria já tinha anunciado o fecho das urgências de Pediatria entre domingo e segunda-feira, apenas estando assegurado o apoio aos doentes internados e a crianças em risco de vida. Já a urgência de obstetrícia deste hospital está sem funcionar todo o fim-de-semana.

Em Torres Novas os constrangimentos da urgência básica são nocturnos. "Entre as 20h de hoje, dia 7 de Outubro, e as 8h de amanhã não será possível assegurar o funcionamento deste serviço e o atendimento aos utentes. Bem como entre as 20h deste domingo e as 8h de segunda-feira", avisam os responsáveis desta unidade hospitalar do Médio Tejo, remetendo os utentes para Tomar ou Abrantes. A situação" fica a dever-se devido à indisponibilidade do médico externo que assegurava regularmente a escala da urgência básica", informa o centro hospitalar.

Mas em Abrantes também nem tudo está a correr bem este fim-de-semana: a urgência de Ginecologia-Obstetrícia e o bloco de partos fecharam, devido a doença súbita de um dos médicos da equipa. As grávidas da área de influência deste centro hospitalar que entrem em trabalho de parto devem ligar para a linha SNS 24 (808 24 24 24) para saberem onde se devem dirigir.

A maternidade e serviço de urgência de Ginecologia-Obstetrícia deste centro hospitalar têm vindo a assegurar ininterruptamente assistência às grávidas do Médio Tejo e de toda a região do Ribatejo desde o passado mês de Junho, recordam os responsáveis da unidade de saúde.

Em Matosinhos, o problema são as urgências de Cirurgia Geral, cujo funcionamento foi interrompido sexta-feira, só regressando à normalidade na próxima segunda.

E uma das próximas unidades a entrar em ruptura pode ser Viseu, avisa o PSD distrital, que teme que este hospital deixe de conseguir tratar doentes com enfarte: "Teme-se que notícias como a que chegou este fim-de-semana do Hospital de Leiria se estenda a vários hospitais do país, entre os quais o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, o que significará que possa entrar também em ruptura a via verde coronária".

Entretanto, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, vai reunir-se na próxima semana com os sindicatos do sector, revelou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Embora não tenham sido divulgados até ao momento dados oficiais sobre o número de minutas entregues pelos clínicos recusando serviço acima do limite legal das 150 horas anuais, na passada quarta-feira a Federação Nacional dos Médicos falava numa adesão a este protesto de mais de dois mil profissionais.

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