SpaceX enfrenta processo por pagar menos a mulheres e minorias

Elon Musk enfrenta várias acusações de assédio laboral, racismo e sexismo por parte dos trabalhadores das empresas que gere.

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Elon Musk, co-fundador e director executivo da SpaceX Reuters/HANNIBAL HANSCHKE

A SpaceX, empresa de tecnologia de satélites e exploração espacial liderada por Elon Musk, foi processada por uma ex-funcionária que alega que os salários de mulheres e pessoas pertencentes a minorias étnicas são mais baixos do que os de homens brancos.

A antiga engenheira da SpaceX, Ashley Foltz, apresentou uma acção colectiva num tribunal do estado da Califórnia esta terça-feira, afirmando que recebia 92 mil dólares por ano, enquanto os homens com funções e qualificações semelhantes às suas ganhavam até 115 mil dólares anualmente.

Na Califórnia, onde a empresa está sediada, a legislação proíbe as entidades empregadores de pagar menos a trabalhadores em comparação com colegas que fazem um "trabalho substancialmente semelhante" com base no género ou etnia.

Ashley Foltz diz que deu conta desta discrepância quando a SpaceX abriu candidaturas para cargos de engenharia com uma oferta salarial entre os 95 mil dólares e os 115 mil dólares. A lei da "transparência salarial" da Califórnia entrou em vigor este ano e obriga as empresas a publicar o ordenado oferecido nos anúncios de emprego.

Além disso, a SpaceX aumentou a remuneração de Foltz para 95 mil dólares apenas depois de ser obrigada por lei a incluir essa informação aquando da abertura de novas vagas.

A engenheira alega que a empresa contrata mulheres e minorias para cargos de nível inferior de maneira a justificar os ordenados mais baixos, e promove homens e funcionários brancos com mais frequência do que outros trabalhadores, exacerbando o fosso salarial entre os dois grupos.

A Reuters tentou contactar a SpaceX para comentar a acusação mas não obteve resposta.

Esta é a última das queixas feitas à justiça norte-americana sobre discriminação e assédio laboral de trabalhadores nas empresas detidas ou geridas por Elon Musk.

Em Agosto, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos já tinha avançado com uma queixa contra a mesma empresa tecnológica, acusando-a de se recusar a fazer contratos de trabalho com pessoas refugiadas ou requerentes de asilo sem cidadania norte-americana. A SpaceX negou ter cometido qualquer infracção e, em Setembro, apresentou uma contestação na tentativa de travar o processo judicial.

A Tesla, de que o multimilionário também é director executivo, tem sido sucessivamente acusada por trabalhadores e agências governamentais, como a inspecção do trabalho da Califórnia, de não impedir atitudes racistas e de assédio sexual na sua fábrica de veículos eléctricos em Fremont, assim como noutras instalações.

E não é tudo. A rede social X, antes conhecida como Twitter, enfrenta uma série de processos judiciais que denunciam a empresa por discriminar mulheres, trabalhadores mais velhos e pessoas com deficiência a partir do momento em que Elon Musk a adquiriu no ano passado e despediu metade dos seus funcionários.

Tanto a Tesla como a X negam ter cometido qualquer infracção.