Bantu: como Victor Hugo Pontes leva outros corpos aos palcos portugueses

Bantu é a nova criação do coreógrafo, a celebrar 20 anos de carreira. Quer promover o encontro entre bailarinos portugueses e moçambicanos e levá-lo, num “gesto político”, aos teatros nacionais.

Bantu, de Victor Hugo Pontes Paulo Pimenta
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Bantu, de Victor Hugo Pontes Paulo Pimenta

A polissemia do termo bantu amplifica-se à medida que lhe procuramos um novo significado. Designa um conjunto de línguas faladas na África subsariana e funcionou, em tempos, como instrumento de camuflagem perante o colonizador. Mais ainda, representa identidade. Sob este manto, Victor Hugo Pontes quis ir mais além: em Bantu, a sua nova criação, que se estreia no ano em que assinala 20 anos de carreira, o coreógrafo vai atrás das provas de que estas comunidades influenciaram dois continentes. Uma ideia de “encontro”, que reúne bailarinos moçambicanos e portugueses, e que pretende “construir uma nova descendência, uma nova língua bantu” na busca da “utopia em que todos somos o mesmo povo”.

O espectáculo, que se estreia esta quinta-feira, dia 5, no Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, onde se manterá até domingo, resultou de um convite endereçado a Victor Hugo Pontes (Guimarães, n. 1978) pelos Estúdios Victor Córdon, em Lisboa, e pelo Camões – Centro Cultural Português, em Maputo, para a criação de um espectáculo de dança com intérpretes dos dois países. 

Para o coreógrafo, este é também um sinal de “conquista” nos seus 20 anos de carreira. Apresentar Bantu nos teatros nacionais, no Porto e em Lisboa, revela-se um “gesto político”, ao dar “espaço a outras pessoas”. “Durante muitos anos, estes espaços não eram habitados por estas pessoas, nem havia lugar para estes intérpretes. Isto é um sentido de conquista e do privilégio de poder amplificar vozes.” Pedro Manuel Magalhães

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<i>Bantu</i>, de Victor Hugo Pontes
Bantu, de Victor Hugo Pontes Paulo Pimenta
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