FC Porto pressionou Barcelona, mas não resistiu a oferta de Baró
Derrota no Dragão deixa “dragões” no segundo lugar do Grupo H, igualados com o Shakhtar Donetsk, e obrigados a ir à Bélgica afastar o Antuérpia da corrida aos “oitavos”.
Um erro primário de Romário Baró, no período de compensação da primeira parte, determinou a derrota, por 0-1, do FC Porto na recepção ao Barcelona, em partida da segunda ronda do grupo H da Liga dos Campeões. Um jogo que acabou por dar a liderança aos catalães, deixando os portistas empatados com o Shakhtar, após triunfo (2-3) dos ucranianos em Antuérpia.
Num lance infeliz, o médio portista entregou a bola a Gündogan e Ferrán Torres e destruiu todo o trabalho da equipa da casa numa primeira parte de bom nível, hipotecando as possibilidades de reverter a situação, apesar das tentativas e das oportunidades criadas pelos “dragões”.
O FC Porto, impondo uma pressão alta desde o início, obrigou o Barcelona a jogar fora da zona de conforto da equipa catalã, retirando-lhe a iniciativa e a possibilidade de controlar as operações através do jogo associativo que a caracteriza.
A estratégia de Sérgio Conceição resultou em pleno nos primeiros 25 minutos, período em que os “azuis e brancos” perturbaram os espanhóis e criaram uma soberana oportunidade de golo, em lance de Pepê que Eustáquio finalizou já em desequilíbrio, permitindo a defesa fácil de Ter Stegen.
Conceição apostava no mesmo “onze” que iniciou o clássico da Luz, com Romário Baró a ser a maior surpresa, explorando as subidas de João Mário e Galeno para criar a dúvida e desgastar psicologicamente o campeão espanhol, que teve no adolescente Lamine Yamal a maior novidade no “onze” de Xavi.
O Barcelona procurava ripostar por João Félix, que depois de algumas tentativas conseguiu um disparo frontal a testar os reflexos de Diogo Costa. Nessa fase, com João Cancelo condicionado por um cartão amarelo antes do primeiro quarto de hora de jogo, o Barcelona já tinha escapado ileso a um lance polémico na área de rigor, com Koundé a agarrar a camisola de Taremi, lance desvalorizado pelo árbitro inglês e pelo compatriota do VAR.
Seguir-se-ia um período de forte instabilidade portista, aproveitada pelo Barcelona para assumir as despesas do jogo e instalar-se no meio-campo dos “dragões”, passando a liderar no capítulo da posse de bola (64%), dos remates (8 contra 5) e dos cantos (5 contra 3).
As hesitações e a incapacidade para ligar o jogo e libertar-se do espartilho que o adversário lhe impôs pareciam, contudo, circunstanciais, sem reflexo directo no resultado, pelo que o FC Porto se preparava para acabar a primeira parte de novo de posse da batuta.
Mas a história haveria de mudar drasticamente no primeiro minuto do período de compensação, com Romário Baró a comprometer as aspirações portistas num erro crasso: com um passe mal medido, o médio ofereceu a bola a Gündogan, que isolou Ferrán Torres (substituíra o lesionado Lewandowski dez minutos antes) para assinar o golo do Barcelona. Foi assim, de maneira inglória, que os portistas franquearam as portas do Dragão a um adversário que, de outra forma, teria um longo caminho a percorrer para se impor.
Em desvantagem, e com Baró a receber um voto de confiança do treinador, o FC Porto entrou no segundo tempo decidido a conseguir o golo da igualdade, voltando ao modo de pressão alta para ferir os catalães, o que esteve muito perto de acontecer aos 53 minutos, quando Pepê se isolou, mas acabou desarmado por Koundé no exacto momento em que se preparava para bater Ter Stegen. O internacional alemão teve, porém, oportunidade para brilhar intensamente após remate em arco de Galeno, à entrada dos últimos 20 minutos, evitando o golo.
Sérgio Conceição recorrera, entretanto, ao regressado Evanilson para dar mais dimensão ao ataque. Mas para além do penálti assinalado por Taylor a punir mão de Cancelo (79’) — revertido após intervenção do VAR, a apontar falta de Eustáquio —, e de um golo acrobático de Taremi, — desfeito por posição irregular do iraniano —, o FC Porto não conseguiu bater a defesa catalã, acabando a noite a arriscar tudo e a evitar um resultado ainda mais ingrato após nova investida de Ferrán Torres.