Festa do Cinema Francês abre com Johnny Depp
A 24.ª edição do evento de divulgação do que se faz em França inaugura nesta quinta-feira e prolonga-se até 9 de Novembro. Ante-estreias, inéditos, repescagens e uma retrospectiva de Nicolas Philibert
E vai quase um quarto de século que a Festa do Cinema Francês percorre o país com uma programação dedicada à divulgação do cinema que se vai fazendo no hexágono. Entre esta quinta-feira e 9 de Novembro, a 24.ª edição do evento, organizado pela Jangada com o apoio da Embaixada de França, do Instituto Francês e da Alliance Française, exibirá uma série de ante-estreias em sala e títulos inéditos da produção corrente do país, com destaque para uma retrospectiva dedicada ao documentarista Nicolas Philibert.
O evento percorrerá todo o país: começa por Lisboa (São Jorge, desta quinta a 15 de Outubro, e NOS Amoreiras, de 17 a 20), seguindo para Almada (Auditório Fernando Lopes Graça, de 10 a 14), Porto (NOS Alameda Shop e Spot, de 17 a 20, Rivoli, de 24 a 28, e Trindade, de 26 a 31), Faro (NOS Forum Algarve, de 18 a 21), Coimbra (Teatro Académico de Gil Vicente, 18 a 21), Oeiras (Auditório Municipal Eunice Muñoz, de 19 a 22, e NOS Oeiras Parque, de 25 a 28), Lagos (Biblioteca Municipal, de 25 a 28), Viseu (NOS Forum Viseu, de 25 a 28), Évora (NOS Évora Plaza, de 25 a 28) e Beja (Pax Julia, de 7 a 9 de Novembro).
A inauguração faz-se nesta quinta-feira à noite, no São Jorge, com a ante-estreia de Jeanne du Barry, a Favorita do Rei, de e com Maïwenn, contracenando com Johnny Depp e Melvil Poupaud, que fez a abertura de Cannes 2023 e estreará no início de Novembro; o encerramento será Abbé Pierre - Uma Vida de Causas, de Frédéric Tellier, sobre a vida do sacerdote fundador do movimento Emmaús, interpretado por Benjamin Lavernhe.
A Festa apresenta ainda outros títulos que chegarão às salas (e/ou às plataformas de VOD) nos próximos meses: entre eles, No Verão Passado, regresso da sempre controversa Catherine Breillat (Romance, A Última Amante); Só Nós Dois, de Valérie Donzelli (autora de Declaração de Guerra e Notre Dame de Paris, que estará presente em Lisboa); Uma Profissão Séria, de Thomas Lilti; Geração Low Cost, de Emmanuel Marre e Julie Lecoustre (com Adèle Exarchopoulos no papel de uma assistente de bordo); ou No Corpo, de Cédric Klapisch (autor de A Residência Espanhola).
Segunda Chance
Ao mesmo tempo, a Festa propõe “repescar” filmes que estrearam ao longo dos últimos meses, numa secção intitulada Segunda Chance: este ano, poder-se-ão ver ou rever Saint Omer, de Alice Diop, A Sindicalista, de Jean-Paul Salomé, com Isabelle Huppert, A Tempo Inteiro, de Éric Gravel, Diário de um Romance Passageiro, de Emmanuel Mouret, ou Com Amor e com Raiva, de Claire Denis.
A retrospectiva desta edição será dedicada ao documentarista Nicolas Philibert, cujo filme sobre uma pequena escola de província, Ser e Ter (2002), se tornou num fenómeno internacional, e que venceu em Fevereiro último o Urso de Ouro de Berlim com o seu documentário sobre um centro psiquiátrico instalado no rio Sena, No Adamant. A decorrer na Cinemateca Portuguesa já no final da Festa, a partir de 4 de Novembro, a retrospectiva integral terá a presença do cineasta de Nancy, cuja obra tem sido divulgada nos festivais portugueses ao longo dos anos, e coincide com a estreia em salas deste último filme.
A cineasta em foco este ano será a luso-francesa Cristèle Alves Meira, cuja longa de estreia, Alma Viva, acaba de vencer o Globo de Ouro para melhor filme de 2022, e será acompanhada pela exibição das suas quatro curtas (Sol Branco, Tchau Tchau, Campo de Víboras e Invisível Herói). Haverá também uma homenagem a Maria de Medeiros, com a projecção de Capitães de Abril, e programações dedicadas aos mais novos e à secção paralela de Cannes ACID.