Ai Weiwei recebe doutoramento honoris causa da Universidade de Évora

Artista é agraciado esta quarta-feira pela instituição de ensino. Discurso laudatório estará a cargo de Paul Dujardin.

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Ai Weiwei fotografado em Montemor PEDRO NUNES

O artista plástico e activista chinês dissidente Ai Weiwei, radicado em Portugal, vai receber esta quarta-feira o grau de doutor honoris causa pela Universidade de Évora. Em comunicado divulgado no fim de Setembro, a instituição indicou que a cerimónia de atribuição do título honorífico a Ai Weiwei se realiza a partir das 11h, na Sala dos Actos do Colégio Espírito Santo, o principal edifício da universidade.

Segundo a academia, o discurso laudatório estará a cargo de Paul Dujardin, historiador de arte e director-geral do Bozar (também conhecido como Palácio de Belas-Artes), em Bruxelas, Bélgica, entre 2002 e 2021, que é patrono da distinção.

Ai Weiwei é “uma das figuras culturais mais destacadas da sua geração e um símbolo da liberdade de expressão tanto na China como internacionalmente”, afirmou a universidade, lembrando que o artista chinês escolheu Montemor-o-Novo, distrito de Évora, para residir.

A instituição revelou que na propositura é assinalado que, “além de artista, [Ai Weiwei] é um pensador e activista” e que “a sua prática artística aborda questões prementes como a sustentabilidade, os direitos humanos e o fenómeno global da migração”.

Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei, assinalou, “lidera uma prática diversificada e prolífica que abrange instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e redes sociais”.

“Artista conceptual que funde o artesanato tradicional e a sua herança chinesa, Ai Weiwei move-se livremente entre uma variedade de linguagens formais para reflectir sobre a condição geopolítica e sociopolítica contemporânea”, sublinhou.

Para a universidade, “o trabalho e a vida de Ai Weiwei interagem regularmente e enformam-se mutuamente, muitas vezes estendendo-se ao seu activismo e defesa dos direitos humanos internacionais”.

Ai Weiwei já expôs em instituições e bienais em todo o mundo e o seu livro de memórias 1000 Anos de Alegrias e Tristezas foi publicado em 2021, acrescentou-se.