Um grupo de dez activistas climáticos sentou-se na estrada na Segunda Circular, bloqueando o trânsito no sentido Benfica-Aeroporto por uns minutos, em frente à sede da Galp. Segundo o comunicado do grupo de activistas Climáximo, o protesto terá começado por volta das nove da manhã.
A porta-voz do grupo, Noah Zino, confirmou ao PÚBLICO que o grupo bloqueou a Segunda Circular num dos sentidos, tendo sido retirados da estrada duas vezes, uma pelos condutores e outra pela polícia. O Climáximo partilhou um outro comunicado no qual confirma que 11 activistas terão sido detidos pelas autoridades e transportados para a esquadra de Benfica. O grupo climático convocou "uma vigília de solidariedade até que todos os activistas sejam libertados".
A repressão do protesto terá sido violenta. O Climáximo confirmou que algumas pessoas foram agredidas e uma das activistas terá sido atropelada por uma mota que lhe passou por cima do joelho. A activista, porém, não terá tido ferimentos graves.
"Sabemos que o Governo e as empresas declararam guerra à sociedade e ao planeta", disse fonte do Climáximo, ao PÚBLICO. "A nossa pergunta para a sociedade é: sabendo o que tu sabes, sabendo que eles são culpados mas nunca serão responsáveis, o que é que tu vais fazer?", continuou.
Na passada quarta-feira este grupo de activistas pelo clima pintou a entrada da Feira Internacional de Lisboa (FIL) com tinta vermelha, durante a realização do World Aviation Festival, evento dedicado à área da aviação. Vídeos partilhados nas redes sociais mostram a fachada do edifício coberta de tinta, com alguns jovens a segurar uma tarja em que se pode ler "eles estão a matar-nos." O protesto foi promovido pelo grupo Climáximo e contou com acções fora e dentro do recinto.
No dia anterior, o ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, tinha sido atingido com tinta verde na abertura da CNN Portugal Summit. O governante foi interrompido durante uma intervenção, com três jovens a subirem a palco. "Sem futuro não há paz", gritaram, criticando o facto de um evento sobre a crise climática ter sido patrocinado pela Galp e pela EDP.
Este não foi caso único na luta climática. No início de Setembro, o administrador da companhia aérea Ryanair, Michael O'Leary, foi atingido com duas tartes à saída da sede da União Europeia (UE). O ataque foi feito por ambientalistas em protesto contra as emissões de dióxido de carbono emitidas pela companhia aérea com mais voos na Europa.
Muitos activistas internacionais têm também usado tinta para atingir obras de arte (ou sopa, como as activistas que acertaram na famosa pintura Girassóis, de Van Gogh, em Londres) para chamar a atenção para a inacção climática. As alterações climáticas são causadas sobretudo pela emissão de gases com efeito de estufa (sobretudo dióxido de carbono) associados às actividades humanas, em grande parte resultantes da queima de combustíveis fósseis.
Também em Portugal os jovens activistas pelo clima têm bloqueado escolas e outras instituições, como o edifício em que decorreria o Conselho de Ministros ou o Ministério da Economia.
Notícia actualizada às 13h33 para corrigir número de activistas detidos