Número de veículos em excesso de velocidade caiu 80% com os novos radares

Ao fim de um mês, na zona de influência dos novos radares não se registaram feridos graves ou mortos. Nas Estradas Nacionais 10 (Vila Franca de Xira) e 206 (Fafe), a velocidade média diminuiu 95%.

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Durante o mês de Setembro, foram fiscalizados pela ANSR quase 20 milhões de veículos Maria Abranches

Os veículos em excesso de velocidade diminuíram 80% nas zonas onde há um mês foram instalados novos radares, mas, face ao ano anterior, as infracções duplicaram, segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Desde o dia 1 de Setembro, as estradas portuguesas passaram a contar com 37 novos radares, dos quais 12 são de controlo da velocidade média.

Num balanço do primeiro mês, as autoridades indicam que não se registaram feridos graves ou mortos na zona de influência dos novos radares e o "número de veículos em excesso de velocidade diminui 80%, quando comparado com as medições efectuadas antes da entrada em funcionamento".

Em todo o Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (Sincro – 61 radares iniciais e 37 novos), durante o mês de Setembro, foram fiscalizados pela ANSR quase 20 milhões de veículos, um aumento de 76%, quando comparado com igual período do ano passado, referem as autoridades em comunicado.

No mesmo período, o número de infracções registadas foi de 112.744 e a taxa de infracção aumentou de 0,29% para 0,57% entre 2022 e 2023, ou seja, por cada mil veículos fiscalizados, seis foram multados este ano, enquanto no ano passado eram apenas três.

"Os objectivos da ANSR nas zonas de influência dos novos radares, neste período, foram integralmente atingidos, nomeadamente: uma forte diminuição na velocidade de circulação dos veículos, uma forte diminuição dos veículos em excesso de velocidade e uma sinistralidade rodoviária com índice de gravidade de zero, com zero mortos e zero feridos graves", pode ler-se no comunicado.

Os "novos locais de controlo de velocidade foram seleccionados com base em dois critérios fundamentais: a sinistralidade grave e a velocidade, nomeadamente onde o excesso de velocidade se revelou relevante para essa sinistralidade", recorda a ANSR.

Nestes locais, nos últimos cinco anos, morreram 115 pessoas, representando um quarto das mortes que ocorreram nos 175 locais de concentração de acidentes mortais identificados pela ANSR.

A redução média de velocidade foi mais evidente (95%) nos radares nas Estradas Nacionais 10 (Vila Franca de Xira) e 206 (Fafe). Em Benavente (EN119) foi onde se registaram mais excessos de velocidade.

O aumento de infracções deverá baixar, segundo a ANSR, admitindo o efeito dissuasor destes radares, "à medida que o esforço de divulgação e promoção da localização de radares se desenvolve".

Para tal, a "ANSR adoptou uma política de total transparência, publicitando e divulgando antecipadamente os locais de instalação dos radares, através da campanha "Os Radares Salvam Vidas" em diferentes meios de comunicação, de um site e da sinalização dos radares, garantindo o conhecimento público da localização de todos os radares Sincro", pode ainda ler-se no comunicado.