Gen V: esta universidade forma super-heróis

O spin-off de The Boys, do Prime Video da Amazon, chegou para continuar a subverter a ideia de pessoas com poderes que combatem o crime.

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Lizze Broadway, Jaz Sinclair e Maddie Phillips em Gen V Brooke Palmer / Prime Video
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Em 2019, chegava aos ecrãs do Prime Video, o serviço de streaming da Amazon, The Boys, uma sátira de super-heróis com muito sangue, piada, nudez explícita (muitas vezes masculina, o que ainda é raro) e subversão. Baseada na banda desenhada de Garth Ennis e Darick Robertson, trazia um olhar sobre a hegemonia destas histórias e sem ser tão radical como algo do género de Watchmen (ou agora de I'm a Virgo, também da Amazon), que realça o fascismo subjacente deste tipo de ficção. Os heróis aqui são corrompidos pelo mundo, pela celebridade, a fama, a mesquinhez, o orgulho ou até pelos seus próprios vícios. Trabalham para uma grande empresa muito pouco transparente e pouco recomendável, que controla as suas vidas e limpa e ofusca e mente quando algo de mau acontece.

Gen V, o novo spin-off da série, tem as mesmas preocupações e o mesmo estilo. Desenvolvida por Craig Rosenberg, Evan Goldberg e Eric Kripke, sendo este último o responsável máximo pela série original, estreou-se na sexta-feira passada, com três episódios a saírem de uma só assentada. Até ao início de Novembro, sairá um novo capítulo por semana.

O foco, aqui, está apontado a jovens aspirantes a super-heróis, a bons funcionários da tal empresa, a Vought International. Tudo se passa numa universidade, a Universidade de Godolkin, propriedade da Vought, onde toda a gente tem poderes e há rankings para fazer parte da equipa suprema de super-heróis adultos. É uma geração de pessoas cujos pais, em miúdos, os injectaram com um composto que lhes dá esses tais poderes, que muitas vezes trazem com eles efeitos secundários. São postos em competição sabendo que muito poucos irão singrar na vida e "combater o crime" (porque, neste mundo, tal como no nosso, nada é tão simples quanto isso), outros são educados para usarem os poderes para se tornarem estrelas através de reality shows ou de algo semelhante.

Ao longo de oito episódios somos apresentados a este lugar através dos olhos de Marie Moreau (Jaz Sinclair), que, em nova, descobre ter a capacidade de manipular o sangue. Descobre-o de uma forma grotesca e trágica que muda para sempre a sua vida e a atormenta. Ela chega à universidade e não é propriamente recebida de braços abertos, o que contrasta muito com a publicidade que a própria instituição faz. O polimento da superfície esconde muita sujidade. Há que ter em conta os vícios dos alunos, que, como é normal naquelas idades, tomam drogas, fazem sexo e se divertem, só que com superpoderes que complicam tudo, as intenções nefastas de quem manda e o passado das personagens.

A acompanhá-la estão uma colega de quarto cujo poder a permite ficar pequenina, interpretada por Lizze Broadway, um manipulador de metais a quem é dada vida por Chance Perdomo, uma rapariga que é capaz de entrar na cabeça das pessoas tocando nelas (Maddie Phillips), uma pessoa ultra forte que navega entre géneros (London Thor e Derek Luh) e o herói mais popular da escola, que consegue manipular o fogo com a mente (Patrick Schwarzenegger, obviamente filho de Arnold). O elenco inclui ainda Shelley Conn, Clancy Brown e Marco Pigossi, entre outros, além de caras familiares de The Boys, como Elisabeth Shue, Chace Crawford ou Jensen Ackles.

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