O direito à habitação ocupou a cidade que o expulsa
Dezenas de milhares de pessoas ocuparam as ruas de 24 cidades para lutar pelo direito à habitação e pela justiça climática. Em Lisboa, palco do maior protesto, exigiu-se uma “cidade para as pessoas”.
Foi de uma cidade deslassada que se falou durante os quase três quilómetros e mais de três horas que se percorreram entre o topo da Avenida Almirante Reis e a praça do Rossio, em Lisboa. A capital concentrou o maior mar da população que encheu as ruas para lutar pelo direito à habitação e pela justiça climática e, no fim, tornou-se no retrato do que a crise habitacional está a fazer não só a quem não encontra casa para viver, mas, também, às comunidades que deixam de o ser por não terem onde se encontrar. Aos megafones e nos cartazes, protestou-se contra uma cidade que tira espaço a quem quer ficar para dá-lo a quem está de passagem, que fecha as portas à organização colectiva, artística e cultural e que, na hora de dormir, manda de volta para as periferias quem a constrói e limpa durante o dia.
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