Urgência da Guarda com funcionamento condicionado aos feriados e fins-de-semana

Médicos do Serviço de Urgência da Guarda recusam-se a trabalhar além do limite anual de horas extraordinárias, em alguns casos já atingido. O serviço funcionará 24 horas por dia, mas condicionado.

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O Serviço de Urgência da Guarda funcionará condicionado aos fins-de-semana e feriados Paulo Pimenta
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O Serviço de Urgência do Hospital da Guarda vai funcionar de forma condicionada aos feriados e fins-de-semana devido à indisponibilidade de os médicos fazerem mais horas extraordinárias, anunciou esta sexta-feira a Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS).

Numa nota enviada à agência Lusa, a mesma fonte assegura que o serviço "vai estar aberto 24 horas", mas com funcionamento "condicionado".

A ULS pede à população "a maior compreensão e que recorra sempre que possível aos serviços disponibilizados pelos centros de saúde da área de residência". Além disso, os responsáveis pela unidade de saúde reforçam o pedido para que vá "à Urgência só quem é urgente!".

A directora clínica da ULS, Fátima Cabral, admitiu na terça-feira a possibilidade de esta recusa dos médicos criar falhas nas escalas das noites e fins-de-semana. Ainda assim, assegurou, estavam a ser feitos esforços para colmatar as falhas nas escalas, admitindo a possibilidade de recorrer a médicos em prestação de serviço.

Fátima Cabral confirmou que 15 médicos já tinham entregado minutas de indisponibilidade para trabalho extraordinário acima de 150 horas já realizadas, o limite estabelecido para o ano.

A directora do Serviço de Urgência, Adelaide Campos, tinha confirmado à Lusa que as escalas para o mês de Outubro estavam incompletas pelo facto de um grupo de médicos se ter manifestado indisponível para fazer mais horas extraordinárias, tendo em conta que já tinham atingido o limite anual.

"Vai haver dias em que as equipas não se podem formar, porque não há número de especialistas suficientes para cada uma das equipas e, portanto, a Urgência pode ter que encerrar", alertou. Por isso, Adelaide Campos espera que o "ministro da Saúde e o CEO do SNS [Serviço Nacional de Saúde] percebam aquilo que se pode vir a passar nas próximas semanas".

A directora realçou ainda que o limite das horas extraordinárias já foi atingido há muito tempo e que "esta situação não se pode manter". "Não podemos ter um distrito de 160 mil habitantes sem hospital que receba doentes urgentes. Não é viável, não é possível", concluiu Adelaide Campos.