Há menos pedidos de professores, mas cerca de 60 mil alunos não têm ainda todas as aulas

Resultados da quinta reserva de recrutamento foram divulgados esta sexta-feira.

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Primeiro ciclo continua à frente nas colocações de docentes Matilde Fieschi
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Os pedidos de substituição de professores apresentados pelas escolas voltaram a descer esta semana. Segundo os dados enviados ao PÚBLICO pelo Ministério da Educação, foram 1222 os horários que estiveram a concurso na quinta reserva de recrutamento, cujos resultados foram divulgados nesta sexta-feira.

Na semana passada tinham sido pedidos 1929, dos quais 64,6% foram ocupados. Já no que respeita à reserva desta sexta-feira é mais difícil apontar um valor certo. Com base na informação fornecida pelo ME, com os horários pedidos e os que ficaram por ocupar, teriam sido colocados 841 docentes, já o valor a que o PÚBLICO chegou a partir da consulta das listas de colocação aponta para 720 colocações.

Também Davide Martins, co-autor do blogue de Arlindo Ferreira, especialista em estatísticas da educação, aponta para 726 colocações, cerca de 59,4% dos pedidos apresentados. Um valor que subiria para 68,2% com os dados apurados pelo ME.

À hora da produção desta notícia já não foi possível obter um esclarecimento por parte do ministério.

Da consulta às listas divulgadas pela Direcção-Geral da Administração Escolar (DGAE), os grupos de recrutamento (disciplinas ou áreas) do 1.º ciclo (226), Educação Pré-Escolar (73) e Educação Especial (73) continuam a ser o que têm mais candidatos colocados. Português, uma das disciplinas mais afectadas pela falta de professores, junta-se a este top com 54 colocações.

As reservas de recrutamento são concursos nacionais de colocação de professores nos quais os docentes estão ordenados segundo a sua graduação profissional, calculada essencialmente com base no tempo de serviço. Este é um dos concursos que funciona todo o ano lectivo. O outro é o da contratação de escola em que os professores respondem directamente às ofertas publicitadas pelos estabelecimentos de ensino.

Ao final do dia desta sexta-feira, estavam em contratação de escola 656 horários, o que significa, numa estimativa por baixo, que 59.640 alunos não tinham professor pelo menos a uma disciplina. Na semana passada eram 66.500.

Estes cálculos são também feitos por David Martins tendo como base o número de horas de aulas sem professor e considerando que “as turmas têm 20 alunos e que cada disciplina tem três horas semanais”. No caso, os 656 horários a concurso em contratação de escola correspondem a 8541 horas de aulas.

Ainda quanto à reserva de recrutamento desta sexta-feira, e segundo a contagem também feita por David Martins, as dificuldades de colocação de professores continuam a sentir-se mais a partir de região de Lisboa e Vale do Tejo para sul, existindo disciplinas em que não houve nenhum docente colocado neste eixo. É o caso, por exemplo, de Português ou de Matemática.

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