Cascais vai construir um novo centro de saúde para servir 42 mil utentes

Autarquia vai remodelar edifício devoluto que albergou os serviços municipalizados de águas e saneamento bem no centro da vila. Investimento é de sete milhões de euros.

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O novo centro de saúde vai ser abrir no centro de Cascais Manuel Roberto
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A Câmara Municipal de Cascais (CMC) vai construir um centro de saúde no centro da vila. Um investimento de 7,1 milhões de euros que visa servir cerca de 42 mil habitantes. O início da obra arranca em Janeiro do próximo ano, e a conclusão está prevista para Novembro de 2025.

A execução do Centro de Saúde e Unidade de Medicina Legal e Forense de Cascais resulta de um concurso público promovido pela CMC em 2020, que custeia a obra. Concluída a contratação da empreitada e a aprovação do Tribunal de Contas o início dos trabalhos está pronto para avançar.

Para andar com o projecto, a autarquia contou com os contributos Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Instituto Nacional de Medicina Legal e Forense, e é feito em parceria com o Ministério da Saúde, que assegura a aquisição de equipamentos políticos e a contratação de profissionais.

A instalação do novo centro vai vai levar à remodelação do antigo edifício que albergou os serviços municipalizados de águas e saneamento de Cascais, devoluto desde 2012, situado junto ao cruzamento da Av. do Ultramar com a Av. 25 de Abril. A obra manterá o desenho e a estrutura do edifício, construído em 1960, e vai receber uma unidade de Saúde Familiar, uma unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, uma unidade de Recursos Assistenciais Partilhados e uma unidade de Medicina Legal e Forense.

“É mais um passo para garantir que todos os cascalenses têm acesso a medicina familiar de forma imediata e com mais qualidade. Esta é uma luta diária, levar a cabo aquilo que já devia ter sido feito pelo Estado central e não o foi. Mais uma vez foi a câmara a deitar mãos à obra”, afirmou ao PÚBLICO Carlos Carreiras, presidente da CMC (PSD).

O autarca recorda que, em 2018, se dirigiu a Adalberto Campos Fernandes, então ministro da Saúde, questionando-o sobre “a grande falta de médicos e de instalações de saúde em condições no concelho”. Foi partir daí que foi “desenhado” um acordo em que o município se responsabilizava por custear todas as obras necessárias nos centros e nas unidades do concelho, cabendo ao Estado fornecer os equipamentos e os profissionais necessários. O acordo formal foi assinado já em 2019, era então ministra Marta Temido.

Desde então e até hoje Carlos Carreiras diz que a autarquia “já fez um investimento de mais de 26 milhões de euros”. O autarca diz que “já foram feitas obras de requalificação em todos os seis centros de saúde do concelho”, tendo sido levadas a cabo “grandes obras de ampliação” no centro de São Domingos de Rana, em 2021; o de Carcavelos tem as novas instalações, inauguradas a 24 Julho deste ano, avançando-se agora para o de Cascais. “A construção do Centro de Saúde de Cascais é o concluir de um plano, que mais do que duplicou a oferta dos serviços de saúde concelho”, assegura.

Carlos Carreiras afirma que “neste momento em Cascais não há quem não tenha acesso a um médico de cuidados de saúde primários”. Este facto, acrescenta, fica a dever-se à ampliação dos centros de saúde, mas também ao projecto Bata Branca”.

Este serviço garante o acesso a consultas de clínica geral a todos os munícipes, maiores de 18 anos, sem médico de família atribuído. Este projecto resulta de uma parceria entre a União das Misericórdias e a Administração Regional de Saúde – Lisboa e Vale do Tejo, com mecanismos subsidiários em Cascais através da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, em associação com os Agrupamentos de Centros de Saúde de Cascais e a câmara.

“Ninguém fica sem médico e sem consulta. A única desvantagem é que quem tem médico de família é sempre assistido pelo mesmo profissional, enquanto no Bata Branca isso não está garantido”, acrescenta o autarca.

Carlos carreiras lembra ainda que “recentemente foi criado um projecto de medicina digital, em que os cascalenses têm acesso a um médico 365 dias por anos, 24 horas por dia”.

“A aposta na melhoria das condições para médicos e utentes dos serviços de saúde de Cascais começou antes da pandemia, melhorou durante a pandemia e agora beneficia dos apoios europeus”, conclui Carlos Carreiras.

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