UGT pede salário mínimo de 830 euros em 2024 e CGTP quer chegar a 1000 euros

Mário Mourão, líder da UGT, diz que há condições para, no próximo ano, antecipar o valor previsto no acordo de rendimentos.

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Mário Mourão foi eleito secretário-geral da UGT em Abril de 2022 Adriano Miranda

A UGT entende que há condições para fixar o salário mínimo nacional nos 830 euros em 2024, ficando acima dos 810 euros previstos no acordo de rendimentos. A proposta aprovada nesta quinta-feira à tarde pelo secretariado nacional da UGT defende ainda uma subida geral dos salários de pelo menos 4,8%, em linha com a meta prevista no acordo.

Já a CGTP, que aprovou o seu caderno reivindicativo a 14 de Setembro, exige a fixação do salário mínimo nacional em 910 euros a partir de Janeiro, com o objectivo de atingir os 1000 euros ao longo do próximo ano. No que respeita aos restantes salários, pede um aumento não inferior a 150 euros.

No documento aprovado nesta quinta-feira, a UGT defende que há margem para antecipar as metas do acordo de rendimentos assinado no ano passado com o Governo e os patrões, ficando, contudo, aquém das propostas da outra central sindical.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, indicou que a proposta da central sindical é de um aumento mínimo dos salários de 4,8%, acrescentando que deve ser garantido um aumento salarial para todos os trabalhadores num valor "não inferior" ao acréscimo que vier a ser definido para o salário mínimo nacional.

O responsável defende que, em relação ao salário mínimo, "seria desejável" uma antecipação das metas previstas no acordo, de modo a que antes de 2026 se atingissem os 900 euros.

O acordo prevê uma subida do salário mínimo dos actuais 760 euros para 810 euros em 2024, mas Mário Mourão considerou que "há condições e espaço para que o Governo possa ir mais além", referindo 830 euros como um valor "razoável".

"Das contas que temos feito, achamos que há espaço para isso ", disse, acrescentando que a UGT vai propor ao Governo "que haja essa evolução".

A UGT defende ainda a redução do peso dos impostos nos rendimentos do trabalho, sublinhando que "a anunciada descida do IRS de 2000 milhões de euros até 2026 tem de se sentir no imediato e no Orçamento do Estado para 2024".

Em meados de Setembro, quando apresentou as suas propostas para 2024, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, exigiu que o Governo dê um sinal às empresas e aumente o salário mínimo para os 1000 euros ao longo do próximo ano.

"Colocámos como prioridades da política reivindicativa para 2024 o aumento geral dos salários para todos os trabalhadores. A riqueza que produzimos é mais do que suficiente para garantir o aumento dos salários dos trabalhadores. No nosso país, um em cada dez trabalhadores empobrece a trabalhar", afirmou na altura.