Música
Beatriz Felício lança A Canção da Bia, a antecipar o álbum de estreia para 2024
Não é um diminutivo que nos seja estranho, Bia. Já o vimos aplicado a uma grande fadista, Beatriz da Conceição, quando Fernando Tordo escreveu e compôs, em sua homenagem, O fado da Bia, que viria a ser gravado mais tarde por Helder Moutinho; ou à popularíssima actriz Beatriz Costa, a quem o cineasta Artur Semedo chamava carinhosamente Biafranja. Mas também o vimos imortalizado noutro fado, mais antigo, A Bia da Mouraria (de António José Lampreia e Nóbrega e Sousa), cantado por fadistas como Maria Armanda ou Carminho.
Mas esta Bia é outra. Chama-se Beatriz Felício, já passou por certames televisivos como Uma Canção Para Ti (TVI, 2011), The Voice Portugal (RTP, 2015) e o Festival RTP da Canção (em 2017, como Beea, com um tema da autoria de Jorge Fernando) e desde muito nova que se ligou por paixão ao fado, procurando aprender com os mais velhos nas Casas de Fado de Lisboa. No próximo dia 29 de Setembro (dia do seu aniversário) vai actuar no palco principal do Festival Santa Casa Alfama, lançando no mesmo dia, em single, A canção da Bia, que integrará o seu álbum de estreia, a lançar em 2024 em disco e ao vivo, no dia 21 de Junho desse ano, em Lisboa, no Ciclo Há Fado no Cais, no Pequeno Auditório do CCB (21h).
Ora é precisamente A canção da Bia que aqui se estreia num videoclipe realizado por Pedro E. Semedo, com produção musical e arranjos de Ângelo Freire, autor da música. A letra é de Tiago Correia, que a descreve como “um retrato da Beatriz”: “Um retrato da menina que, toda luz de alma, aprendeu com a vida a gingar e a saborear o amor, que sempre existiu no seu modo de estar e de ser, mas que se foi descodificando ao longo dos anos à medida que o foi entendendo os porquês do amor.” Depois mostrou a letra a Ângelo Freire: “Quando recebi a letra do Tiago, ele não me disse para quem a tinha feito, então fiz a música num ápice e disse-lhe que só uma pessoa podia cantá-la, a Beatriz Felício, e foi aí que ele me disse que tinha feito a letra para ela… Acho que a energia do tema define bem a vibe da Beatriz, uma menina/mulher com uma felicidade contagiante, sendo uma pessoa muito intensa consegue passar toda essa energia a quem a rodeia. Tenho um orgulho muito grande nela.” A fotografia da capa do single (que acima se reproduz) é de Luís Carvalhal.
O videoclipe conta com a participação de Beatriz Felício, Rui Poço, Manuel Abreu e Pedro Augusto Almeida (que também assina a produção), e nele a voz da fadista é acompanhada por Ângelo Freire (guitarra Portuguesa e viola de fado) e Marino de Freitas (baixo acústico). O Festival Santa Casa Alfama 2023, onde Beatriz Felício cantará pelas 20h30 de sexta-feira (no Palco Santa Casa, Terminal de Cruzeiros de Lisboa), conta no primeiro dia com Camané, Júlio Resende, Cristina Clara, Teresinha Landeiro e, entre outros, uma Homenagem a Hermínia Silva por Anabela, FF, Filipa Cardoso e Lenita Gentil; e no segundo dia, sábado, com Sara Correia, Teresa Salgueiro, Miguel Moura, Luís Caeiro, Edu Miranda, Pedro Moutinho, Raquel Tavares, Matilde Cid, Ângelo Freire, Flávio Jr., Jorge Fernando ou Vânia Duarte.