Taxas Euribor descem nos três prazos utilizados no crédito à habitação
Depois de várias sessões a renovar máximos desde Novembro de 2008, taxas recuam ligeiramente a 12 meses e de forma mais expressiva a três e seis meses.
As taxas Euribor desceram esta terça-feira a três, seis e 12 meses, os prazos mais utilizados no crédito à habitação em Portugal.
A Euribor a 12 meses, actualmente a mais representada na carteira de crédito (39,4%), caiu para 4,199%, menos 0,009 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido em 21 de Setembro para 4,224%, um novo máximo desde Novembro de 2008.
A taxa a seis meses baixou para 4,090%, menos 0,032 pontos do que na sessão anterior, dia em que subiu para 4,122%, um novo máximo desde Novembro de 2008.
Por sua vez, a Euribor a três meses fixou-se em 3,941%, menos 0,036 pontos, depois de ter subido na segunda-feira para 3,977%, um novo máximo também, e praticamente a tocar nos 4%.
As taxas utilizadas em perto de 90% dos empréstimos à habitação das famílias portugueses, percentagem bem acima dos cerca de 30% dos restantes Estados-membros, têm acompanhado as subidas de taxas do Banco Central Europeu (BCE).
Na última reunião de política monetária, o banco central admitiu que as suas taxas directoras podem ter atingido o pico, mas as futuras decisões dependerão sempre dos dados macroeconómicos, como o nível da inflação.
Esta segunda-feira, numa audição no Parlamento Europeu, a presidente de BCE, Christine Lagarde, afirmou estar ciente do impacto da subida de taxas nas famílias, mas lembrou que “o preço dos combustíveis, o preço da gasolina nos postos de combustível, o preço da energia em geral também está a pesar muito nas famílias com baixos rendimentos (…)”, reafirmando que a missão da instituição “é fazer com que a inflação regresse aos objectivos em tempo útil”.
“Quanto mais depressa o conseguirmos, mais estáveis serão os preços e menos doloroso será para o futuro, tanto para os que investem como para os que contraíram empréstimos”, concluiu.
As Euribor começaram a subir no início de 2022, e de forma mais acelerada depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, desencadeando a guerra que ainda está em curso, o que fez disparar os preços e levou o BCE a iniciar a subida taxas directoras em Julho desse ano. Desde essa altura, a autoridade monetária já subiu as taxas dez vezes consecutivas. Com Lusa