Projecto cria cápsula de café 100% recuperável através de reciclagem
São cápsulas metálicas e 100% recuperáveis por reciclagem. Anualmente, são produzidos mais de 50 mil milhões de cápsulas de café e 75% acabam em aterros.
Investigadores do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), no Porto, desenvolveram, juntamente com a empresa Colep Packaging, uma cápsula de café "100% recuperável" pelos sistemas de recolha e reciclagem convencionais, segundo anunciado nesta terça-feira.
Em comunicado, o instituto do Porto salienta que, anualmente, estima-se que são produzidos mais de 50 mil milhões de cápsulas de café e que 75% acabam em aterros.
Para "mitigar o impacto ambiental", os investigadores do INEGI desenvolveram "cápsulas metálicas, em aço ultrafino e 100% recuperáveis pelos sistemas convencionais de recolha e reciclagem, sem necessidade de recolha especial ou de alteração dos sistemas de tratamento".
Citado no comunicado, o investigador do INEGI responsável pelo projecto, Carlos Pinto, esclarece que o avanço desta solução relativamente às que já existem no mercado é "a reciclagem plena".
"As propriedades ferromagnéticas do material escolhido facilitam essa tarefa e as soluções inovadoras de fragilização selectiva permitiram ultrapassar as limitações habituais da utilização destes materiais neste tipo de aplicação", acrescenta.
As novas cápsulas são compatíveis com equipamentos e produtos já existentes no mercado, podendo os princípios que estiveram na base do seu desenvolvimento "estender-se a outros formatos e tipologias de embalagem".
Além do INEGI, o projecto Eco-Cápsula, co-financiado em mais de 380 mil euros pelo programa Portugal 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), contou com a participação da empresa Colep Packaging.
Também citado no comunicado, o responsável pelo projecto na Colep Packaging, José Oliveira, adianta que estão "a avaliar as possibilidades de entrada do produto no mercado, através da interacção com potenciais utilizadores da solução". O projecto contou também com o apoio da NewCoffee, um dos operadores do mercado de café em Portugal.