Maior amostra de asteróide alguma vez recolhida já aterrou nos Estados Unidos

A amostra do asteróide Bennu pesa cerca de 250 gramas, 50 vezes mais do que a última amostra, recolhida pela agência espacial japonesa. É a primeira vez que a NASA recolhe uma amostra de asteróide.

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Bennu, asteróide de onde foi retirada a amostra de solo Reuters/NASA

Uma cápsula espacial da NASA que transportava a maior amostra de solo alguma vez recolhida da superfície de um asteróide atravessou a atmosfera da Terra, este domingo, e caiu, com auxílio de um pára-quedas, no deserto do Utah.

A cápsula, lançada da nave espacial Osiris-Rex, quando esta passava a cerca de 108 mil quilómetros da Terra, umas horas antes, caiu numa zona de aterragem a oeste de Salt Lake City, numa base militar do exército norte-americano.

A descida e aterragem, transmitidas em directo pela NASA, encerraram os seis anos de missão conjunta entre a agência espacial norte-americana e a Universidade do Arizona. É a terceira vez que uma amostra de asteróide chega à Terra para ser analisado, depois de duas missões semelhantes levadas a cabo pela agência espacial do Japão em 2010 e 2019. A amostra que aterrou este domingo na Terra é, de longe, a maior das três.

A Osiris-Rex recolheu a amostra, há três anos, de Bennu, um pequeno asteróide rico em carbono descoberto em 1999. A rocha espacial é classificada como um objectivo "próximo da Terra", já que passa relativamente perto do planeta a cada seis anos. A probabilidade de chocar com a Terra, porém, é remota. Composto por rochas e destroços, o Bennu tem cerca de 500 metros de diâmetro.

A nave espacial descolou em Setembro de 2016 e chegou a Bennu em 2018, tendo passado dois anos a orbitar o asteróide antes de se aproximar o suficiente para recolher a amostra de solo, a 20 de Outubro de 2020. Em Maio de 2021, a nave iniciou o percurso de 1,9 mil milhões de quilómetros em direcção à Terra.

A amostra recolhida do Bennu pesa, aproximadamente, 250 gramas, muito mais do que a amostra de cinco gramas recolhida em 2020. No entanto, o peso exacto da amostra actual só será calculado com precisão daqui a, pelo menos, uma semana.

Uma equipa de cientistas e técnicos esperaram no local para retirar a cápsula e confirmar se a integridade do recipiente onde seguia o material recolhido se tinha mantido depois da entrada na atmosfera e aterragem. O objectivo era manter a amostra virgem e livre de contaminação terrestre.

A amostra deverá seguir, de helicóptero, para uma "sala limpa" da base militar para uma análise inicial, e depois transportada para o Johnson Space Center da NASA, em Houston, para ser dividida em vários exemplares e distribuída por 200 cientistas de 60 laboratórios por todo o mundo.

A porção principal da nave Osiris-Rex, entretanto, deve partir para explorar um outro asteróide próximo da Terra, chamado Apophis.