Marcelo revela que ouviu de Biden um elogio à comunidade portuguesa

Num discurso perante 400 pessoas, em Tarrytown, o chefe de Estado disse: “[Biden] sabia quantos éramos, a importância que tínhamos, o peso que temos, sabia que somos uma comunidade com futuro”.

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Marcelo chegou no domingo à noite aos Estados Unidos, para participar na 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU LUSA/Nuno Veiga

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou perante emigrantes portugueses e luso-descendentes no estado de Nova Iorque que ouviu do Presidente norte-americano, Joe Biden, um elogio à comunidade portuguesa nos Estados Unidos.

"Quando há dois dias na recepção oferecida aos chefes de Estado e de Governo pelo Presidente Biden chegou a minha vez de falar com ele, de que é que ele falou em primeiro lugar? Da comunidade portuguesa e luso-americana aqui nos Estados Unidos, para elogiar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Num discurso perante cerca de 400 pessoas, em Tarrytown, a cerca de 50 quilómetros a norte da cidade de Nova Iorque, o chefe de Estado acrescentou: "[Joe Biden] sabia quantos éramos, a importância que tínhamos, o peso que temos, sabia que somos uma comunidade com futuro. Temos muitos e muitos jovens. É uma comunidade jovem, é uma comunidade com futuro", considerou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na quinta-feira à noite, já de madrugada em Portugal, numa gala da associação New York Portuguese American Leadership Conference (NYPALC), que agrega dezenas de organizações luso-americanas do estado de Nova Iorque.

O chefe de Estado aproveitou esta ocasião para apelar aos emigrantes portugueses para que permaneçam "ligados à pátria das raízes" também na participação política e "não deixem de votar" nas eleições em Portugal, observando que está à vontade para fazer esse apelo porque não irá mais a votos.

Por outro lado, defendeu que a língua portuguesa – "uma das cinco mais faladas no mundo" e "a língua mais falada no hemisfério sul" – constitui "uma mais-valia" para as gerações mais novas nos Estados Unidos, referindo que "aqueles luso-descendentes que falam português recebem em média mais um quarto do ordenado do que os outros residentes" e "têm mais habilitações superiores".

Nesta intervenção, o Presidente da República descreveu os portugueses como um povo que se destaca por ser "capaz de dialogar com todos, mesmo quando eles não dialogam entre si", e manifestou orgulho no secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que apontou como um exemplo dessa capacidade de diálogo.

"Nós temos esse orgulho. Nós chegamos a qualquer ponto do mundo, falamos aquela língua, assumimos aquela cultura. Não perdemos as nossas raízes nem as nossas tradições, mas integramo-nos", sustentou, acrescentando: "Fazemos isso como respiramos, é a nossa maneira de ser, e por isso eles gostam de nós".

Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que estava há anos para participar numa gala da NYPALC, mas surgia sempre "uma dificuldade de última hora", e recebeu aplausos quando exclamou que "há mais Nova Iorque para além de Manhattan".

O chefe de Estado chegou no domingo à noite aos Estados Unidos, para participar na 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU e em encontros paralelos de alto nível entre representantes dos 193 países membros desta organização.

Antes de viajar esta noite de regresso a Portugal, terá mais dois encontros com emigrantes portugueses e luso-descendentes, em duas cidades do estado norte-americano de New Jersey, Elizabeth e Newark.