Ucrânia ataca quartel-general da Marinha russa na Crimeia

Edifício do comando da frota russa do mar Negro atingido pelo menos por um míssil ucraniano, em mais um ataque na península ocupada por Moscovo desde 2014.

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O porto de Sebastopol alberga a frota russa do mar Negro Reuters/Alexey Pavlishak
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Pelo menos um míssil ucraniano atingiu esta sexta-feira o quartel-general da Marinha russa no mar Negro, no porto de Sebastopol, na Crimeia, ao mesmo tempo que um grande ataque informático interrompia os serviços de Internet na península.

O Ministério da Defesa russo disse que um militar estava desaparecido após o ataque, revendo a sua declaração anterior de que o homem tinha sido morto. As defesas antiaéreas abateram um total de cinco mísseis, segundo o mesmo ministério.

As autoridades militares ucranianas confirmaram o ataque ao quartel-general da frota russa do mar Negro, mas forneceram poucos pormenores.

“No dia 22 de Setembro, perto das 12h00 (10h00 em Portugal continental), as forças de defesa ucranianas atingiram com sucesso o quartel-general do comando da frota russa do mar Negro, na Sebastopol temporariamente ocupada”, afirmou o comando ucraniano na aplicação de mensagens Telegram.

O governador de Sebastopol instalado pela Rússia, Mikhail Razvozhayev, disse que o ataque tinha provocado um incêndio e que as pessoas estavam a ser aconselhadas a evitar o centro da cidade, onde se situa o edifício que alberga o quartel-general da Marinha, com os bombeiros a combater o fogo e algumas estradas fechadas.

Razvozhayev afirmou que não houve vítimas civis nem danos em infra-estruturas civis no seu relatório sobre o incidente publicado no Telegram.

A Ucrânia intensificou nas últimas semanas os ataques no mar Negro e na Crimeia, península anexada ilegalmente pela Rússia em 2014, à medida que as forças ucranianas prosseguem com uma contra-ofensiva de quase quatro meses.

Na semana passada, um ataque ucraniano com mísseis a um estaleiro naval em Sebastopol danificou gravemente e possivelmente destruiu um navio de desembarque russo e um submarino da classe Kilo.

As autoridades ucranianas têm descrito como legítimos os ataques contra alvos militares russos em território controlado pela Rússia.

Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, afirmou que existem duas opções para o futuro da frota russa do mar Negro: a voluntária ou a “auto-neutralização” forçada. Se não escolher a opção voluntária, “será cortada como um salame”, afirmou Danilov no X (antigo Twitter).

O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak afirmou que a Crimeia “será definitivamente desmilitarizada e libertada”, enquanto Moscovo afirma que nunca desistirá da península.

O ataque ucraniano desta sexta-feira não foi exclusivamente militar. Segundo Oleg Kryuchkov, assessor do líder do governo russo da Crimeia, Sergei Aksyonov, afirmou que os fornecedores de serviços de Internet na península foram alvo de um “ciberataque sem precedentes”, que levou a interrupções no serviço.

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