Geiranger, o senhor fiorde

A leitora Antónia de Matos Serôdio partiu de viagem de Lisboa para Oslo com as “expetativas no máximo”. E conta-nos que, ainda assim, foram superadas.

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Fiorde de Geiranger Antónia de Matos Serôdio
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O Pretendente Antónia de Matos Serôdio
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Véu da Noiva Antónia de Matos Serôdio
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Fiorde de Geiranger Antónia de Matos Serôdio
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Fiorde de Geiranger Antónia de Matos Serôdio
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Fiorde de Geiranger Antónia de Matos Serôdio
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Fiorde de Geiranger Antónia de Matos Serôdio
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Fiorde de Geiranger Antónia de Matos Serôdio
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Fiorde de Geiranger Antónia de Matos Serôdio
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O tempo passa tão depressa que parece ter sido ontem que deslizámos numa “barca de encantar”, ao sabor da brisa e sob um céu de azul e ouro, pelas águas quietas e profundas do majestoso fiorde de Geiranger, na Noruega. Contornámos falésias íngremes, cascatas atrevidas, serpenteámos encostas estonteantes, rodopiámos na valsa das sete irmãs. Quisemos parar o tempo e ficar eternamente presos nesse sonho feito de silêncio e paz, montes verdes e picos brancos, sol e maresia.

A Noruega dispensa apresentações. O país onde a natureza deu asas às suas criações mais arrojadas é de uma beleza estonteante, quase irreal e avassaladora. Encontrar palavras que o descrevam é mesmo tarefa hercúlea.

A par da notória beleza natural, há outras qualidades que o elevam a um dos países do mundo mais apetecíveis para se viver. Podem enumerar-se vários atrativos, pese embora as temperaturas muito baixas e a falta de sol. Olhando para as estatísticas, destacam-se a qualidade de vida e o nível de desenvolvimento, sendo o país mais rico e desenvolvido da Europa e ocupando também o primeiro lugar no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Não sendo possível vivermos todos/as na Noruega, torna-se um destino impossível de contornar. Para os amantes da natureza, é mesmo o paraíso.

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Pela estrada cénica Antónia de Matos Serôdio

Voámos de Lisboa para Oslo numa viagem tranquila e agradável, mas com as expetativas no máximo. Porém, não há relatos ou imaginação que nos preparem para o que vamos encontrar. O desassossego começa logo à saída do aeroporto a bordo do fiel companheiro que nos acompanhou toda a viagem. Para onde olhar, como assimilar tudo isto?!

No país das montanhas, cascatas, lagos, fiordes e glaciares não há como eleger o lugar mais bonito ou o cenário mais deslumbrante. Tudo é lindo e somos surpreendidos/as, literalmente, a cada quilómetro da estrada. Porém, seja pelo estado de alma ou pela forma como lhe acedemos, há sítios singulares, que nos absorvem, quase nos engolem, tal a sua grandiosidade. Geiranger ocupava o topo das expetativas, talvez por ser um dos lugares mais conhecidos. Superou-as, naturalmente.

Geirangerfjord (ou o fiorde de Geiranger) é a jóia da coroa dos fiordes noruegueses e Património Mundial da UNESCO desde 2005. O passeio de barco que o contorna, muitas vezes descrito como a viagem marítima mais bonita do mundo, dura apenas cerca de hora e meia. Porém, pela exuberância do lugar em si, pelo que o antecede, enquanto vamos ao seu encontro e por tudo o que está além dele, dificilmente se apaga de qualquer memória.

Hellesylt Antónia de Matos Serôdio
Hellesylt Antónia de Matos Serôdio
Hellesylt Antónia de Matos Serôdio
Antónia de Matos Serôdio
Hellesylt Antónia de Matos Serôdio
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Hellesylt Antónia de Matos Serôdio

Em Hellesylt, de onde parte o ferry que o percorre, temos o primeiro encontro com o fiorde, num cenário imponente e exuberante. Depois de uma entrada ordenada, quase silenciosa, porque o entorno assim o exige, a viagem até Geiranger tem início. O barco corta lentamente o fiorde, considerado um dos mais paisagísticos de todo o planeta que, qual camaleão, ora se pinta de azul-profundo, ora de verde-floresta.

Uma das atrações mais famosas do percurso, por onde desfilam cenários idílicos, é a Cascata das Sete Irmãs, umas quedas de água com 410 metros de altura. Do outro lado do fiorde, a cortejar as irmãs, está O Pretendente, outra cascata com um curioso formato de garrafa. Dentro das mais exuberantes, a rasgar a montanha, destaca-se ainda o Véu da Noiva.

Finalmente, na parte mais interior do fiorde, surge a vila com o mesmo nome. Estradas sinuosas serpenteiam as montanhas, no porto sucedem-se navios de cruzeiro, um vaivém de turistas invade o pequeno, mas ilustre, povoado. Apesar do movimento, respira-se uma genuína serenidade.

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O Pretendente Antónia de Matos Serôdio
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Sete Irmãs Antónia de Matos Serôdio

Pode chegar-se a Geiranger desde Ålesund, ou de barco, a partir de Hellesylt, o percurso por que optámos. Demos início à viagem de carro em Beinnes, onde nos alojámos durante a nossa estada numa pitoresca cabana à beira do Oldvanet. Continuámos de ferry, pelo fiorde, e terminámos novamente sobre quatro rodas, de Geiranger até Beinnes, pela estrada cénica Gamle Strynefjellsveg. Prometo contar-vos tudo sobre ela, mas, para já, deixo-vos com o senhor fiorde e as inesquecíveis imagens que só a natureza tem o privilégio de desenhar.

Algumas dicas

Os melhores meses para visitar a Noruega são junho e julho, quando as horas de luz são muitas e as temperaturas mais amenas.

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Véu da Noiva Antónia de Matos Serôdio

Geiranger é um pequeno povoado que oferece sobretudo atividades ao ar livre como caminhadas, passeios de bicicleta, passeios de barco pelo fiorde ou rafting no rio Stranda. A não perder, a subida ao miradouro de Dalsnibba, situado a 1500 metros acima do nível do mar, que oferece a mais deslumbrante vista sobre o fiorde.

Texto e fotos de Antónia de Matos Serôdio, autora do blogue Malas na Varanda

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