Primeira paralisação em 35 anos. Greve na TSF teve adesão total

Entre os motivos do protesto estão a falta de resposta nas negociações sobre aumentos salariais e o apoio à direcção liderada por Domingos Andrade, que foi substituído pela administração da empresa.

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Trabalhadores lamentam atrasos no pagamento dos salários em relação á data habitual RUI GAUDENCIO
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A adesão à greve na TSF foi total, segundo os delegados sindicais, que consideram que isto espelha o sentimento dos trabalhadores na defesa de aumentos salariais, pagamento pontual de vencimentos e na manutenção da direcção de Domingos Andrade.

Num comunicado assinado pelos delegados sindicais, pela comissão mista e pelo Conselho de Redacção, os trabalhadores, que estiveram em greve 24 horas, reiteram os motivos do protesto, designadamente o pagamento de salários com atraso há dois meses, a falta de resposta nas negociações sobre aumentos salariais e o apoio à direcção liderada por Domingos Andrade.

Lembram que, "ao contrário do que diz a administração em comunicado, há dois meses que a empresa paga os salários com atraso em relação à data habitual".

"A falta de pontualidade no pagamento dos vencimentos é uma situação grave uma vez que os trabalhadores podem falhar compromissos assumidos junto dos seus bancos com as consequências que isso acarreta: pagamento de juros por incumprimento", referem.

Outro dos motivos da greve, a primeira em 35 anos de existência da TSF, é a falta de resposta nas negociações sobre aumentos salariais, que começaram em Fevereiro.

"A TSF foi a única marca do GMG [Global Media Group] que não rejeitou a última proposta feita pela administração, em Junho, e desde aí não recebeu qualquer resposta", explicam.

No comunicado, os trabalhadores sublinham ainda o "papel determinante" do director Domingos Andrade na mudança de instalações do Centro de Produção do Porto, que consideram "decisivo para a TSF", e a luta deste responsável "pela melhoria de condições de trabalho (...) e pela criação de meios para assegurar a sustentabilidade da empresa", sem alienar a independência, imparcialidade e confiança.

Insistem ainda na conduta de Domingos Andrade na "defesa intransigente das competências do Conselho de Redacção fixadas por lei".

Os trabalhadores dizem ainda que apenas souberam por comunicado da saída de Domingos Andrade — que foi substituído por Rui Gomes —, sem que tivesse sido auscultado o Conselho de Redacção, que por lei deve pronunciar-se sobre a designação ou demissão do/a diretor/a.