“Raspadinhas”: “Quem não tem dinheiro é que fica a jogar até sair alguma coisa”

Apetência por este tipo de produto não dá sinais de diminuir e lojistas dizem que há pessoas que jogam compulsivamente.

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Nelson Garrido
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Arnaldo Ferreira, 89 anos, está sozinho, voltado para a parede, entretido com a "raspadinha" que tem à sua frente. Quando termina, aproxima-se do balcão e pede a Jorge Ferreira que lhe dê outra, enquanto lhe entrega uma nota de 20 euros. “Ele não dá nada a ninguém”, brinca, aludindo à ausência de prémio, enquanto recebe um novo bilhete colorido, que lhe custa cinco euros. Recomeça a raspar e pouco depois volta-se de novo para o dono da papelaria Marilinda, não muito longe do bairro de Aldoar, no Porto. “Mais uma que esta não tem nada”, diz, entregando mais uma nota de cinco euros. Nova raspadela, e desta vez entusiasma-se: “Alto!”, brada. A "raspadinha" tem prémio: 50 euros. O cliente guarda o dinheiro e prepara-se para sair da loja.

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